
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), escolheu o deputado Ricardo Ayres (Republicanos-TO) para a função de relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito do INSS.
A indicação revoltou os bolsonaristas.
O líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), disse que “o Hugo escolheu alguém dele. Vai fazer o que o Hugo quiser”, esbravejou o sujeito que, há uma semana atrás, ao lado de seus cupinchas, tomou de assalto a mesa diretora dos trabalhos da Câmara dos Deputados para impedir a condução das sessões por Motta.
Outros devotos de Bolsonaro foram na mesma linha de Sóstenes. No mínimo, deveriam conhecer melhor o escolhido, mas não estão nem um pouco preocupados com isso, e, sim, com a sua desqualificação.
Para o leitor, temos o dever de informar: Ricardo Ayres é um parlamentar novo, de um partido de centro, mas sua trajetória é reconhecidamente progressista, desde seus mandatos de deputado estadual no Tocantins até o presente momento.
Mas, por óbvio, Sóstenes e sua turba queriam alguém do PL para tergiversar na relatoria da CPMI e buscar responsabilizar o governo Lula pelas patranhas ocorridas na cobrança indevida dos aposentados e pensionistas que ocorreram a partir e, notadamente, no trágico desgoverno do réu-golpista Jair Bolsonaro.
Motta estava inclinado a indicar o deputado Cezinha de Madureira (PSD-SP), mas mudou de posição por um motivo lógico: pertence ao mesmo partido do senador Omar Aziz (AM), que presidirá a comissão.
Ricardo Ayres, certamente, não fará o jogo dos bolsonaristas. Por isso, a contrariedade.
Um bom ensinamento da política diz que, quando há alguma dúvida sobre a correção ou não de uma decisão, no caso, a indicação de Motta, basta verificar a reação do inimigo, no caso, dos bolsonaristas, e ficar do lado oposto dela.
Simples assim…