
Os partidos União Brasil e o Progressistas (PP) anunciaram oficialmente, na terça-feira (29), a criação de uma federação partidária. A aliança, formada por partidos fisiológicos, neoliberais e alinhados mais à direita, será chamada de União Progressista. A iniciativa ainda não foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nos próximos meses, com validade já a partir de 2026.
O evento de lançamento da federação foi no Salão Nobre da Câmara e reuniu deputados, senadores e prefeitos, além dos presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).
Juntos, o União e o PP, dois partidos intensamente envolvidos com o chamado “orçamento secreto”, terão a maior bancada de deputados na Câmara, o maior número de prefeitos e receberão as maiores fatias de recursos públicos para financiamento de campanhas eleitorais e pagamento de despesas partidárias.
Em seus primeiros meses, a presidência da federação será compartilhada entre Antônio de Rueda (União Brasil) e o senador Ciro Nogueira (PP) — sem hierarquia estabelecida. As legendas passam a atuar como uma só por no mínimo quatro anos, embora cada uma mantenha sua estrutura partidária. Deve haver alinhamento no Congresso e nas eleições. Caso rompam a união antes do prazo, os partidos estão sujeitos a punições, como perda dos fundos eleitoral e partidário, além de ficarem impedidos de formar nova federação ou coligação.
O União Brasil já é uma fusão de duas outras siglas: o DEM, de ACM Neto, e o PSL, de Luciano Bivar, partido que abrigou Jair Bolsonaro quando ele foi eleito em 2018. Alinhado a políticas neoliberais, a federação disse que defende a “responsabilidade fiscal” – leia-se arrocho sobre a população e os trabalhadores – e “responsabilidade social”.
Como se os “choques”, defendidos por eles já não tenham provocado a desindustrialização do país, a precarização das relações de trabalho e o aumento da miséria, os integrantes da nova federação voltam com a mesma linha. Defendem mais desemprego, mais arrocho salarial e benefícios para banqueiros e agiotas, chamando seu “choque” de “prosperidade”.
“Defendemos um choque de prosperidade, com medidas profundas no campo econômico e regulatório, que coloquem o Brasil em linha de competitividade com as nações mais eficientes do mundo. Um choque que destrave o país. Um choque que liberte o Brasil de suas amarras”, diz o documento da nova federação.