Os professores da rede pública do Distrito Federal, em greve desde a semana passada, decidiram dar continuidade à paralisação. A decisão foi tomada em assembleia da categoria na manhã desta quinta-feira (11).
A categoria afirma que os salários e a reestruturação de carreira do magistério público estão defasados e que o reajuste concedido pelo governador Ibaneis Rocha, de 6% por ano até 2025, é insuficiente diante das perdas salariais.
“Ao contrário do que o governo alardeia, não se trata de um reajuste de 18%, mas sim, de 6% neste ano, o que sequer cobre as perdas inflacionárias do período e não nos tira da ilegalidade de estar abaixo do piso nacional do magistério. Outros 6% serão aplicados em 2024, e outros 6%, em 2025. Além disso, diante da desigualdade salarial entre as carreiras de ensino superior do GDF, o impacto de 6% sobre um salário de R$ 10 mil é um; sobre um salário de R$ 4 mil, é outro bastante diferente”, argumenta o Sinpro-DF.
Na quarta-feira (10), o governo reabriu as negociações e se reuniu com a direção do Sindicato, o que foi considerado um avanço pela categoria. Durante a assembleia, Cleber Soares, diretor do sindicato, avaliou que “o governo sinalizou com um processo de negociação que até então não existia, e isso só está sendo possível por causa de cada um e cada uma que está aqui, dos piquetes, da nossa mobilização”.
Na semana passada, quando foi iniciada a paralisação, a Procuradoria-Geral do Distrito Federal (PGDF) ingressou com uma ação contra a greve, a pedido do governador Ibaneis Rocha. O pedido foi acatado pela Justiça, mas mesmo assim o sindicato decidiu manter a greve.
“Multa e decisão de Justiça não termina nossa greve, o que termina nossa greve é a apresentação de uma proposta satisfatória pelo governo”, afirmou Cleber. Representantes do governo e do Sindicato vão se reunir na próxima quarta-feira (17) para mais uma rodada de negociações.
Além da reposição salarial, os professores também reivindicam “a diminuição dos padrões para progressão na carreira; a valorização da tabela de especialização, mestrado e doutorado; a melhoria das condições para professores em contrato temporário, e a necessidade da nomeação de todos os aprovados do último concurso, até zerar o cadastro reserva. E também a realização de um novo concurso público ainda este ano, para suprir as demandas da rede”.