O reajuste do salário mínimo anunciado pelo governo em 1º de janeiro ficou abaixo da inflação. O reajuste de R$ 1.045 para R$ 1.100, editado através de Medida Provisória por Bolsonaro, considerou a previsão para o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), no ano passado, de 5,26%, mas, segundo dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) na terça-feira (12), o índice oficial ficou em 5,45%.
Agora, para repor as perdas com a inflação do ano passado, e cumprir a legislação, o governo terá que aumentar o salário mínimo para R$ 1.102, mantendo ainda sem aumento real.
Em meados do ano passado, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou ser contrário ao aumento do salário mínimo durante a crise econômica decorrente da pandemia. Segundo ele, isso condenaria os trabalhadores ao desemprego.
“Hoje, se você der um aumento de salário mínimo, milhares e talvez milhões de pessoas serão demitidas. Estamos no meio de uma crise terrível de emprego. Dar aumento de salário é condenar as pessoas ao desemprego”, afirmou Guedes durante audiência no Congresso Nacional.
Em 2020, a lei que garantia que o piso nacional tivesse aumento real, acima da inflação, sempre que houvesse crescimento econômico, perdeu a validade, mas o reajuste pela inflação que vigora agora, conforme determina a Constituição, é obrigatório e terá que ser ajustado.