A jovem palestina Ahed Tamimi, de 17 anos, que se torna símbolo da luta contra o apartheid israelense por ter enfrentado a covarde agressão dos soldados invasores, foi homenageada pelo clube espanhol Real Madrid C.F. O antigo jogador Emilio Butragueño lhe presenteou com uma camisa da equipe de futebol.
Tamimi ficou mundialmente conhecida ao ser divulgado um vídeo sendo detida, em dezembro de 2017, se defendendo de um soldado sionista que havia utilizado balas de borracha para atacar o seu primo de 14 anos, na sua aldeia natal de Nabi Saleh, Cisjordânia. Por conta disso, a jovem foi trancafiada por oito meses, num caso que alertou a comunidade internacional para a gravidade das centenas de detenções arbitrárias de crianças palestinas por Israel.
“Todos nós temos em mente a bofetada que Ahed deu em um soldado israelense em dezembro. Nós a vimos se lançar com tudo contra a ocupação. É uma mulher no corpo de uma menina, ela é uma heroína, é um símbolo, é nossa Ahed”, declarou a ativista pró-direitos humanos Manu Piñeda.
Tamimi agradeceu a identidade manifestada contra o opressor. “Durante esta viagem descobri quanto apoio, carinho e solidariedade os palestinos têm recebido, e isso levanta nosso ânimo. As crianças não podem ir à escola todos os dias porque existem milhares de postos de controle, há sempre o risco de serem presas ou mortas no caminho”, explicou. “As crianças na Palestina não têm esperanças e sonhos normais, como outras crianças do mundo. Sempre temos impedimentos para viajar ou para realizar nossos sonhos”, declarou.
Sobre o fato de ter se tornado uma referência de luta dos povos por seus direitos, a jovem disse que “ser um símbolo cansa e é muito duro”, pois a faz perder parte da sua privacidade como pessoa, “por estar sempre exposta, mas nada disso faz com que deixe este caminho. Continuar lutando para libertar o meu povo, que é a única coisa que podemos fazer”.