Nomeação foi chancelada pelo ministro Fernando Haddad; auditor já havia sido indicado em 2021, mas foi vetado por Bolsonaro para colocar um amigo da família no lugar e que não incomodasse a “rachadinha” de Flávio Bolsonaro
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nomeou, na última quarta-feira (29), o auditor fiscal Guilherme Bibiani para corregedor-geral da Receita Federal.
Bibiani havia sido indicado para o posto no final de 2021 pelo então secretário da Receita, José Roberto Tostes Neto, mas a nomeação jamais foi efetivada.
Tostes acabou demitido do posto, e o auditor João José Tafner, amigo da família Bolsonaro, foi nomeado para a corregedoria.
Na época, a troca foi vista como tentativa de proteger o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) de investigações sobre o envolvimento dele com a prática de “rachadinhas” (peculato), quando era deputado estadual no Rio de Janeiro.
EIS OS FATOS
Tostes teve divergências com a família do ex-chefe do Executivo sobre a indicação do corregedor-geral do Fisco. Ele queria nomear Bibiani para a função, o que não era de interesse dos Bolsonaro.
Ainda em dezembro de 2021, José Tostes Neto deixou o posto de secretário da Receita Federal. A demissão foi publicada no DOU (Diário Oficial da União).
Ele foi substituído pelo então auditor-fiscal Julio Cesar Vieira Gomes.
Para a vaga de corregedor da Receita Federal, o então ministro da Economia, Paulo Guedes, nomeou, em fevereiro de 2022, o auditor João José Tafner. Ele foi demitido em março de 2023 depois de pedir para deixar o cargo.