Em maio de 2024, a receita líquida total da indústria de máquinas e equipamentos recuou 4% na comparação com abril, descontados os efeitos sazonais, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), divulgados neste mês de julho.
Frente a maio de 2023, o faturamento líquido total do setor encolheu 17,7%. Já nos últimos 12 meses encerrados em maio, a queda foi de 14,6%.
A receita líquida total advinda das vendas de máquinas agrícolas subiu 5,1% na passagem de abril para maio. Mas, quando analisado o mesmo mês do ano passado, a receita do setor neste segmento recuou 32,7%. Já no acumulado dos 12 meses encerrados em maio, a receita líquida de máquinas agrícolas total está 26,1% em baixa.
Em maio, o consumo aparente de máquinas e equipamentos figurou no polo positivo, alta de 2,6% frente a abril. Porém, quando observadas outras bases de comparação, os resultados foram negativos: retração de 12,7%, no acumulado de 2024 até maio; queda de 9,9%, ante a maio de 2023; e recuo de 11,2%, em doze meses até maio.
O consumo aparente de máquinas e equipamentos consiste na soma das máquinas produzidas pela indústria local e direcionadas ao mercado interno com as que são importadas.
Os dados de maio da indústria de máquinas e equipamentos refletem o freio dos investimentos e do consumo que o Banco Central (BC) vem impondo aos setores produtivos do país, por meio da sua política monetária contracionista.
No final do mês passado, o colegiado de diretores do BC que formam o Copom (Comitê de Política Monetária) decidiu, de forma unânime, arrochar ainda mais a oferta de crédito no Brasil e da demanda interna de bens e consumo no país, ao paralisar os cortes na taxa básica de juros (Selic), mantendo a taxa nominal nos alucinantes 10,5% ao ano.
Com uma taxa de juros reais (quando se desconta a inflação da taxa nominal) próximas do 7%, o Brasil é o segundo colocado entre os países com as maiores taxas de juros reais no planeta, segundo levantamento da MoneYou.