Taxa de subutilização subiu para 23,9% no terceiro trimestre na comparação com o trimestre anterior, segundo PNAD Contínua
A taxa de subutilização da força de trabalho no país que agrega os desempregados, os subocupados por insuficiência de horas e os que fazem parte da força de trabalho potencial, aumentou no terceiro trimestre deste ano em relação ao trimestre anterior, segundo a pesquisa Pnad Contínua do IBGE, divulgada na sexta-feira (17). São 26,8 milhões de trabalhadores sem emprego no país. No segundo trimestre, eram 26,3 milhões nessa condição.
A taxa subiu de 23,8%, mais precisamente 26 milhões e 337 mil pessoas, para 23,9% (26 milhões e 762 mil) significando que mais 425 mil trabalhadores ficaram no abandono com a fantasiosa “recuperação” da economia alardeada por Temer e Meirelles. Em relação ao terceiro trimestre do ano passado, o aumento ainda foi maior, a taxa pulou de 21,2% para 23,9%.
O aumento da taxa de subtilização do emprego reflete a estagnação da economia. Por mais que o governo Temer comemore e tente levar o país na base de um falso otimismo, a produção industrial patina (0,2%) em setembro; as vendas no comércio varejista estão paradas, de agosto para setembro subiram apenas 0,5% no país, depois de recuar 0,4%, E o setor de serviços caiu pelo terceiro mês consecutivo: julho (-0,8%), agosto (-1,0%) e setembro (-0,3%).
Só podem ser cínicos aqueles que, jogando no chão as taxas de investimento público, cortando renda e direitos sociais dos trabalhadores, em suma, fazendo encolher ainda mais o já minguado mercado interno brasileiro, propalam aos quatro cantos que a economia vai muito bem obrigado.
Esses resultados revelam que um maior número de pessoas estão na informalidade, fazendo biscates, bicos, para enfrentar a crise econômica que arrasa milhões de famílias brasileiras, que além do desemprego se deparam com os sucessivos aumentos no botijão de gás e na conta de luz.
No trimestre julho-agosto-setembro, a taxa de desemprego (“taxa de desocupação”) foi de 12,4%, o que abrange 13 milhões de pessoas – fora os subempregados. Na comparação com o terceiro trimestre do ano passado, quando havia 12 milhões de desocupados, houve aumento de 7,8% (mais 939 mil de pessoas desocupadas na força de trabalho).
O contingente de empregados formais (exceto trabalhadores domésticos) foi estimado em 33,3 milhões de pessoas no terceiro trimestre, praticamente o mesmo número do trimestre abril-maio-junho. No confronto com o trimestre de julho a setembro de 2016, houve queda de 2,4% (- 810 mil pessoas).
No período, os empregados no setor privado sem carteira de trabalho assinada (10,9 milhões de pessoas) cresceu 2,7% em relação ao trimestre anterior, representando um incremento de 288 mil pessoas. Ante o mesmo trimestre de 2016, registrou aumento de 6,2%, um adicional de 641 mil pessoas.
Já os trabalhadores por conta própria foi estimado em 22,9 milhões de pessoas, uma elevação de 1,8% na comparação com o trimestre anterior (abril a junho de 2017), significando a adição de 402 mil pessoas nesse contingente. Em relação ao mesmo período do ano anterior, o indicador também apresentou variação de 4,8% representando um incremento de 1,1 milhão de pessoas.
A população classificada pelo IBGE como fora da força de trabalho foi estimada em 64,5 milhões de pessoas.