Empresários protestam contra retirada de R$ 15 bilhões do banco de fomento para pagamento de juro da dívida interna, que já consumiu mais de R$ 835 bilhões em doze meses
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Federação das Indústrias do Estados de São Paulo (Fiesp) manifestaram, através de nota, divulgada no dia 16 de agosto, que o aumento de pagamento de dividendo do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), no total de R$ 15 bilhões, “representa uma perda de oportunidade de aplicação de recursos do BNDES, no fortalecimento da sua capacidade financeira visando a elevação sustentada do apoio ao investimento produtivo”.
Veja a seguir a nota das entidades.
CNI e Fiesp
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) divulgou que dobrará o pagamento de dividendos ao Tesouro Nacional em 2024, de 25%, mínimo exigido pela Lei das S.A., para 50% do lucro líquido do exercício de 2023. Com isso, o montante repassado ao Tesouro no presente ano atingirá R$ 15 bilhões.
A medida visa contribuir com o esforço fiscal em curso pelo governo federal. Reconhecemos o mérito do mencionado esforço fiscal, entretanto, recomendamos que ele seja realizado preponderantemente via redução de gastos públicos correntes.
O citado aumento do pagamento de dividendos representa uma perda de oportunidade de aplicação de recursos do BNDES, no fortalecimento da sua capacidade financeira visando a elevação sustentada do apoio ao investimento produtivo.
Essa é a forma em que os recursos do BNDES terão maior e melhor impacto na economia, contribuindo para a elevação do investimento, e, por conseguinte, o crescimento do emprego, da renda e da arrecadação de impostos sem elevação da carga tributária.
Federação das Indústrias do Estado de São Paulo – FIESP
Confederação Nacional da Indústria – CNI
A medida criticada pelos empresários faz parte da obsessão do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em manter uma política fiscal restritiva em busca de um déficit zero nas contas públicas.
Economistas apontam que o principal gasto público que deve ser cortado é o pagamento de juros da dívida pública, que consumiu, só nos últimos doze meses até julho, mais de R$ 835 bilhões.
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