Rede retira questionamento de inquérito das fake news e atrapalha plano de Aras

Augusto Aras e Jair Messias Bolsonaro (Foto: reprodução)

Procurador pegou carona na ação do partido para impedir as investigações do “gabinete do ódio”

O partido Rede Sustentabilidade desistiu da ação que apresentou no ano passado no qual solicitava o fim do inquérito aberto para apurar ataques e ofensas ao Supremo Tribunal Federal (STF).

O pedido para acabar com o processo será analisado pelo relator, ministro Edson Fachin. O procurador-geral da República, Augusto Aras, tinha lançado mão desta mesma ação da Rede para pedir a suspensão do inquérito.

Aras tomou a decisão de pedir a suspensão das investigações após receber uma visita surpresa de Bolsonaro. Ele havia defendido antes que o inquérito era constitucional e deveria prosseguir.

A visita na segunda-feira, e a operação da Polícia Federal, autorizada pelo relator Alexandre de Moraes, na quarta-feira, que resultou em 29 mandados de buscas e apreensão em endereços de apoiadores de Bolsonaro, levaram o PGR a mudar de posição.

Os integrantes do chamado “gabinete do ódio”, que fizeram ameaças a integrantes do Supremo Tribunal Federal e do Congresso Nacional, foram abordados pela PF que levou celulares e computadores e convocou empresários financiadores do esquema e deputados para depor.

A Rede argumenta que pediu o cancelamento da ação porque “muitos fatos ocorreram” desde então. O inquérito, diz o partido, apresentava “inquietantes indícios antidemocráticos”, mas, um ano depois, “se converteu em um dos principais instrumentos de defesa da democracia”.

Desde o ano passado, Fachin pede para o presidente do STF, ministro Dias Toffoli, marcar uma data para julgar o processo do Rede Sustentabilidade. Foi o próprio Toffoli quem mandou abrir o inquérito em 14 de março do ano passado. Na época, ele escolheu o ministro Alexandre de Moraes para ser o relator.

O partido argumentou que, quando o inquérito foi aberto, “os alvos inicialmente apontados eram membros do Ministério Público e do Poder Judiciário que criticavam decisões tidas como mais ‘garantistas’ do STF, congressistas que apoiavam a CPI para investigar atos de Ministros do Tribunal e cidadãos que estavam dentro do limite de sua liberdade de expressão.”

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