Proposta do governo não resolve problema, afirmam caminhoneiros que mantêm greve

Presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Carga de Ijuí, no Rio Grande do Sul, Carlos Alberto Litti Dahmer

Caminhoneiros mantiveram na manhã desta sexta-feira a greve contra a alta dos combustíveis, que mobilizou o país desde segunda-feira. Na noite de quinta-feira, 24, o governo apresentou uma proposta de “acordo” que prevê uma redução dos preços do diesel de 10% para os próximos 30 dias.

No entanto, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmou que o compromisso com os caminhoneiros não vai alterar a política de preços da Petrobrás, que atrela os preços dos combustíveis ao dólar, o que teve como consequência um aumento de 59,32% no preço do diesel e de 58,76% na gasolina desde julho do ano passado, para uma inflação, pelo IPCA, de 2,68%.

Na reunião de ontem, não assinaram o acordo Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), União Nacional dos Caminhoneiros (Unicam), Sindicato dos Transportadores Autônomos de Cargas (Sinditac), entre outras entidades, e a mobilização alcançou 24 estados.

Para o presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Carga de Ijuí, no Rio Grande do Sul, Carlos Alberto Litti Dahmer, vice-presidente da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), presente ao encontro com ministros do governo Temer em Brasília, disse que foi convidado a se retirar da reunião após não concordar com os termos do acordo.

Litti afirmou que vai orientar os caminhoneiros da Região Noroeste a “não arredar o pé” e seguir com a mobilização na região: “Isso não resolve. Não vai dialogar com a categoria”.

A mentira propalada pelo governo e pela mídia de que a mudança dessa política ameaçaria a capacidade empresarial da Petrobrás foi prontamente respondida em nota da Associação Nacional dos Engenheiros da Petrobrás (AEPET): “Esclarecemos à sociedade que a mudança na política de preços, com a redução dos preços no mercado interno, tem o potencial de melhorar o desempenho corporativo, ou de ser neutra, caso a redução dos preços nas refinarias seja significativa, na medida em que a Petrobrás pode recuperar o mercado entregue aos concorrentes por meio da atual política de preços. Além da recuperação do mercado perdido, o tamanho do mercado tende a se expandir porque a demanda se aquece com preços mais baixos” (Leia ‘Redução do preço do diesel melhora a situação da Petrobrás‘).

Enquanto isso, a mobilização segue paralisando portos, aeroportos e rodovias e ganhando a adesão e apoio de diversas categorias pelo país. Comerciantes, petroleiros, motoristas de ônibus e também a população se manifestaram em apoio à greve levando mantimentos e aos trabalhadores grevistas.

 

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