A deputada Gleisi Hoffmann (PR) confirmou no domingo (24), após ser reeleita presidente nacional do PT, que o partido “quer ter protagonismo já nas eleições de 2020”. Ela destacou que “o partido tem um programa em torno do qual nós pretendemos atrair alguns aliados”.
Sobre isso, Gleisi disse, em entrevista coletiva, que “sSomos contra essa pauta liberal que está no Congresso, que retira direitos, destrói o Estado e privatiza. Essa é nossa pauta principal e em torno dela vamos fazer alianças. Agora, tem questões mais pontuais que outros setores podem se juntar a nós, por exemplo, a defesa da democracia.”
“Nós queremos Lula percorrendo o Brasil. Nós queremos Lula presidente novamente. Queremos a prisão de Sérgio Moro pelas barbaridades que cometeu”, acrescentou.
E completou: “A extrema direita está indo conversar com o povo e temos que fazer o contraponto”.
Sobre as eleições municipais de 2020, segundo ela, “o PT pretende lançar o maior número possível de candidatos” e afirmou que vai buscar alianças para fortalecer a “oposição”.
“Estamos conversando muito com a Manuela D’Ávila, do PCdoB, muito com o Freixo (Marcelo Freixo, deputado federal pelo PSOL-RJ). Não tem nada definido, mas estamos conversando”, disse.
“Onde esses partidos tiverem candidatos mais fortes do que nós, nós vamos fazer o esforço para construir”, diz Gleisi, ressaltando que “sempre estaremos levando em conta qual é o papel e o espaço do PT nessa formação”.
Recentemente Lula apontou que o PT deve lançar a candidatura de Marília Arraes em Recife e abriu uma crise na aliança com o PSB que administra a cidade.
Ao contrário de outras forças políticas que consideram a urgência da união de todas as forças democráticas do país numa ampla frente política para barrar os ataques do governo Bolsonaro à Constituição e às liberdades democráticas, o PT descarta essa via e aposta apenas num “contraponto” hegemonizado pelo PT com vistas às eleições de 2022.
Partidos do campo progressista têm criticado essa estratégia exclusivista de Lula e dos petistas.
O presidente do PSB, Carlos Siqueira, afirmou, por exemplo, na segunda-feira (25), que entende que esse caminho “é direito deles”. “Mas, essa via exclusivista não contribui para o momento de anormalidade democrática, que pede ampliação de forças, unidade para evitar retrocessos”, destacou.
Já Ciro Gomes criticou o que ele chama de falsa polarização da sociedade. Para o pedetista, é fundamental superar essa dicotomia “para que o Brasil possa sair da crise em que se encontra”.
Ele afirmou que “não há consenso na esquerda hoje, porque a esquerda parou de discutir o Brasil”. “A esquerda virou linha de transmissão do lulo-petismo”, observou o ex-governador Ciro Gomes.