Jean Paul Prates participou da comemoração dos 44 anos da Refap e prometeu novos investimentos na unidade
O presidente da Petrobrás, Jean Paul Prates, afirmou que a Refinaria Alberto Pasqualini não será privatizada, em evento em homenagem aos 55 anos da subsidiária da estatal, realizado no domingo (28). “A Refap não será vendida. Não é, em absoluto, um ativo colocado no mercado. É claro que esse processo todo de revisão ainda está em curso, porque temos um plano estratégico em andamento para o ano que vem e alguns ajustes precisam ser feitos”, declarou Prates.
“A refinaria passou por um período difícil, de incerteza e até de desaceleração de investimentos, mas viemos reiterar que não está mais na lista de vendas. É uma revisão que está em curso”, disse o presidente da estatal, referindo-se à política de “desinvestimento” acelerada no governo passado, quando foram vendidas as Refinaria Landulpho Alves (Rlam) na Bahia, atual Refinaria Mataripe, entregue por Bolsonaro para um fundo dos Emirados Árabes, e a refinaria de Manaus, a Issac Sabbá.
Além da homenagem, Prates participou de reunião com empresário na Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), em Porto Alegre, na sexta-feira (26), quando concedeu entrevista coletiva.
No sentido contrário ao “desinvestimento”, a ampliação do processamento das refinarias existente é uma diretriz já anunciada pela Petrobrás recentemente, com a retomada de investimentos no refino.
“Vamos investir no refino que já temos. Há muito a fazer antes de construir uma nova refinaria. A Refap é importante para o Rio Grande do Sul”, disse o presidente da companhia, segundo reportagem do site Petronotícias. O plano estratégico de modernização da fábrica, com prazo de quatro anos de execução, deve aumentar a capacidade de refino e empregar mais mão de obra.
A Petrobrás fará investimentos para produzir diesel com menos enxofre e renovável na Refap. O diretor de processo da Petrobrás, William França, lembra que a refinaria teve as atividades restritas após 2016. Agora, vamos substituir o refino do diesel S-500, mais poluente em razão das partículas de enxofre, pelo diesel S-10, em breve.
Prates comentou que 12,5% do ICMS gaúcho é proveniente da refinaria. É a maior contribuinte do estado e sua modernização vai mantê-la nessa condição. Antes do anúncio que envolvia a Refap, na reunião com o presidente da Fiergs, Gilberto Petry, um dos assuntos foi a reativação da indústria naval do Rio Grande do Sul, que já foi um dos polos nacionais deste segmento.
PRIVATIZAÇÕES
A privatização de ativos da maior estatal do país foi acelerada no governo Bolsonaro, cujo plano era vender 8 refinarias. O objetivo era transformar a Petrobrás numa petroleira exclusivamente exploradora e exportadora de petróleo cru. Em direção contrária à política que estabelece uma atuação “do poço ao posto”, que norteava a companhia até então e é praticada pela maioria das grandes petroleiras do mundo.
Com os lucros obtidos com a exportação, os altos preços dos combustíveis no mercado interno e a venda dos principais ativos da estatal, como a BR Distribuidora e gasodutos, no governo Bolsonaro foram distribuídos, só em 2022, mais de 200 bilhões de reais entre acionistas da Petrobrás, grande parte estrangeiros, em detrimento dos investimentos e dos benefícios à população brasileira, dona do petróleo.