Representantes dos trabalhadores e entidades de servidores públicos afirmamra, nesta segunda-feira, 5, que o atual texto da reforma da Previdência, que entrará em votação na Câmara dos Deputados, em segundo turno nesta semana, será uma tragédia para a maioria da população.
As afirmações foram feitas durante audiência pública na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), no Senado Federal, convocada pelo senador Paulo Paim (PT-RS).
Os presentes na audiência afirmaram que questões essenciais para os trabalhadores ainda foram mantidas no texto, como o aumento da idade mínima, contribuição de 40 anos e a redução da pensão por morte.
Para o diretor da Associação dos Auditores Fiscais da Receita Federal, Mauro Silva, um servidor público teria uma redução de 61% no valor da pensão por morte.
Edson Índio, presidente da Intersindical (Central da Classe Trabalhadora) ressaltou que o texto da reforma é um retrocesso.
“Não podemos permitir que o país entregue a principal política pública que garante a dignidade humana do povo brasileiro (…). Esse texto aprovado no Plenário da Câmara é repleto de retrocesso social. Nós vamos abrir mão da principal conquista do século 20, que foi ter o direito de uma velhice com dignidade”, afirmou.
Também na audiência, o representante do Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional, Achilles Linhares Frias, destacou que a reforma previdenciária na verdade não é uma reforma, mas uma extinção da Previdência Social.
“Como é que um trabalhador brasileiro que não consegue chegar aos 40 anos de contribuição vai se aposentar? Não se aposentará. E ainda terá de ter 65 anos de idade (…). Está condenado a trabalhar até morrer”.