O economista e ex-banqueiro Eduardo Moreira afirma que os trabalhadores vão ter que trabalhar em média 48 anos para se aposentar e receberão apenas 60% da média de todos os seus salários, com a aprovação da reforma da Previdência Social.
O texto básico da proposta de desmonte da Previdência foi aprovada, em primeiro turno, na quarta-feira (10).
No dia 4, o economista alertava para as trágicas consequências da reforma.
“A reforma que está para ser votada na Câmara dos Deputados, com uma pressão enorme do governo, que oferece bilhões em emendas, cargos no governo e em estatais, e mais um sem fins de benefícios para deputados que aprovarem a reforma, faz com que, além de precisar ter 65 anos de idade, o tempo mínimo de contribuição para os mais pobres se aposentarem suba para 240 meses. Como quase da metade dos trabalhares brasileiros consegue comprovar menos de cinco meses de trabalho por ano, isso significa que agora vão ter de trabalhar em média 48 anos e vão ganhar depois desse período somente 60% da média de todos os seus salários!”, denuncia Moreira.
“As pessoas que perderem seus parentes que sustentavam suas famílias passarão a receber pensões que podem ser, individualmente, muito menores que um salário mínimo. As mulheres serão as mais prejudicadas”.
Moreira também denuncia que “a maioria dos pobres que recebem hoje abono salarial perde esse auxílio. As pessoas que trabalham em condições perigosas e muitas vezes mortais, expostas a agentes nocivos, não vão mais poder se aposentar depois do tempo minimamente seguro de exposição a estes agentes”. Ele destaca também que o trabalhador e trabalhadora rural, que em boa parte do país ainda trabalham em condições semiescravas, não tiveram garantidos seus direitos na proposta da reforma.
“As maldades não param por aí, são muitas! Enquanto isto, os privilégios que o governo prometia aniquilar, ficaram todos de fora da reforma. Para eles a vida segue igual”, frisou o ex-banqueiro.
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