Após 5 anos de atraso, foi divulgado nesta quarta-feira (25) o edital de concessão dos novos ônibus de São Paulo. Na reformulação do sistema de transporte público, a Prefeitura da capital decidiu eliminar 190 linhas de ônibus que circulam atualmente pelas ruas da cidade.
Atualmente, a frota de ônibus na cidade de São Paulo conta com 14.457 veículos, já o novo edital prevê apenas 13.592. Uma redução de quase mil ônibus que serão extintos da frota paulista.
A rede atual conta com 1.339 linhas. Dessas, 66% (882 linhas) permanecerão iguais, 20% (267 linhas) serão modificadas e 14% (190 linhas) serão completamente extintas. No edital também consta a criação de novas 44 linhas. A nova proposta é composta por um total de 1.193 linhas. As empresas que vencerem a licitação poderão operar pelo prazo de 20 anos.
Os novos ônibus terão a obrigatoriedade de ter acessibilidade total, além de serem equipados com ar-condicionado, limitador de velocidade (50km/h), bloqueador de portas, suporte para bicicletas, wi-fi e entradas USB. O custo do contrato está estimado em R$ 68 bilhões.
Entre as questões polêmicas e preocupantes do edital, além da diminuição do número de linhas, está o fato de que em nenhuma das 14 mil páginas os cobradores são citados, se vão continuar trabalhando ou não. As empresas vencedoras da licitação deverão ter garagens próprias, as que perderem a concessão de serviço deverão ser desapropriadas.
Os últimos acordos venceram em 2013, de lá para cá, a prefeitura não fez mais licitação e nesse período o serviço foi mantido através de contratos emergênciais. Em 2017, um cálculo feito pelo Tribunal de Contas do Município mostrou que em um ano, esses contratos emergenciais já tinham custado 2 bilhões e meio aos cofres públicos.