
Bombardeios ao longo da Faixa de Gaza assassinaram mais 17 palestinos em um dia. Massacre desde 7 de outubro de 2023 tira a vida de 50.357 palestinos
A Presidência da Autoridade Nacional Palestina (ANP) faz alerta internacional nesta segunda-feira, 31, denunciando as recentes ordens das forças de ocupação israelenses de retirada forçada da cidade de Rafah, que ocorre em meio a um trágico número de mais de 1.000 palestinos assassinados pela máquina de guerra genocida de Israel desde a ruptura do cessar-fogo.
Na sua declaração, a ANP condena as ordens de deslocamento partida das forças de ocupação como ilegais e uma clara violação do direito internacional, responsabilizando as autoridades de ocupação israelenses pela “escalada, que não trará segurança ou estabilidade a ninguém”.
Destacamos que no início dos bombardeios os palestinos foram aconselhados a deixarem seus lares ao longo da Faixa de Gaza e se dirigirem a Rafah, ao sul, como única “área segura” da região. O resultado é que mais de um milhão de palestinos chegaram à cidade erguendo milhares de tendas que logo passaram por bombardeios, mostrando a manipulação mentirosa de Israel e escancarando mais ainda a intenção genocida do regime de Netanyahu.
Agora a ordem é no sentido inverso, é que todos saiam de Rafah. Vale lembrar que a cidade de Rafah, a mais ao sul do enclave, é onde se localiza a fronteira tradicionalmente aberta com o Sinai, Egito.
O significado de esvaziar Rafah de sua população é claro: acirrar o confinamento dos palestinos por toda a Faixa de Gaza novamente sob bombardeio desde o dia 18 de março, quando o cessar-fogo acordado com o Hamas foi unilateralmente rompido por Israel.
A ANP também alertou para os ataques israelenses em andamento contra palestinos na Cisjordânia, particularmente nos campos de refugiados da região norte. A Presidência condenou os assassinatos, evacuações, demolições de casas e prisões em massa, além da contínua destruição da infraestrutura urbana e da violência desenfreada dos colonos judeus que ocupam terras assaltadas aos palestinos. Essas ações, alertou a declaração, “levariam inevitavelmente a uma maior instabilidade, representando uma ameaça genuína de desastre que poderia escalar a região para um caos ainda maior”.
A liderança palestina reiterou a necessidade de uma solução justa e abrangente para a causa palestina, em linha com as resoluções internacionais e a Iniciativa de Paz Árabe.
FASCISMO ISRAELENSE ASSASSINA 17 PALESTINOS EM UM DIA
Ataques com mísseis israelenses nesta segunda-feira assassinaram 17 palestinos na Faixa de Gaza, de acordo com correspondente da agência de notícias palestina Wafa.
Caças israelenses despejaram bombas contra uma casa pertencente à família Hamada, na rua Yaffa, no bairro de Al-Tuffah, a leste da Faixa de Gaza, tirando a vida de 10 palestinos, incluindo três crianças. Além das mortes, um dos atingidos perdeu as pernas e foi levado para o hospital Arab Ahli.
Também foi alvejado um grupo de pessoas na localidade de Al Bureij no centro de Gaza, assassinando mais cinco. Mais um ataque, desta vez em Khan Yunis, ao sul de Gaza, contra uma tenda, matou uma mulher e uma criança.
Israel interrompeu, unilateralmente, o cessar-fogo que esteve em vigor desde 19 de janeiro até 18 de março, passando a efetuar uma série de ataques sanguinários ao longo da Faixa de Gaza com assassinatos em grande escala, incluindo mais de 200 crianças.
Se computarmos somente a chacina desde 18 de março, a quantidade de mortos chega a 1.001 e a 2.259 feridos, de acordo com fontes do serviço local de saúde. Equipes de resgate estão buscando corpos e sobreviventes sob escombros de prédios destruídos.
Além da agressão armada, organizações humanitárias locais e do mundo inteiro condenam o bloqueio por cerco a toda a faixa de Gaza de forma a impedir a passagem de água, alimentos e combustíveis, usando a fome e a interrupção de suprimento de energia essencial a residências e hospitais como armas, o que configura crime de guerra.
O massacre perpetrado por Israel desde 7 de outubro de 2023 já matou 50.357 palestinos, a maioria mulheres e crianças e feriu 114.400 outros. Há ainda mais de 10.000 desaparecidos podem estar sob escombros e que a defesa civil não conseguiu ainda revistar.