Para o ex-oficial dos fuzileiros navais norte-americanos, se substituir o termo ‘russos’ por ‘judeus’ nas leis discriminatórias ucranianas, fica patente que seu atual regime em nada difere do nazista
Scott Ritter, ex-oficial de inteligência do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA, afirmou que se a palavra ‘russo’ fosse substituída por ‘judeu’ nas suas atuais leis, a Ucrânia não seria diferente do Terceiro Reich de Adolf Hitler: “Se você substituir o termo ‘russo’ nas leis ucranianas pela palavra ‘judeu’, terá a mesma base legal que o regime nazista de 1930”, observou.
Ritter, que também foi inspetor de armas no Iraque e na implementação do Tratado de Proibição de Mísseis Intermediários (INF) EUA-URSS e ainda juiz estadual de Nova Jersey, assegurou que há um genocídio contra as populações russas na Ucrânia desde 2014, quando foi perpetrado um golpe contra o ex-presidente Viktor Yanukovych. .
Em entrevista concedida a Andrew P. Napolitano, Ritter, que é atualmente analista político, destacou: “Yanukovych foi substituído por um governo de extrema direita que abraçou a ideologia de Stepan Bandera, um fascista ucraniano que lutou ao lado de Adolf Hitler na Segunda Guerra Mundial”.
O ex-oficial afirmou compreender as medidas tomadas pela Rússia que durante mais de oito anos vem denunciando perante órgãos internacionais que o regime de Kiev ataca as comunidades russas que vivem na região de Donbass.
Atualmente, as Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk, que compõem o Donbass, já integram o território russo uma vez realizados referendos nos quais o povo votou massivamente a favor da união à Rússia.
O ATAQUE À PONTE DA CRIMEIA CRUZOU A LINHA VERMELHA
“A Rússia alertou que um ataque à infraestrutura crítica, como a ponte da Crimeia, representaria uma linha vermelha e que, se a Ucrânia a cruzasse, a natureza do conflito seria transformada. E então eu acho que estamos vendo uma manifestação disso”, disse.
“Não sei o que a Ucrânia pensava conseguir ao atacar a ponte da Crimeia. Essa é uma pergunta que só a Ucrânia pode responder quando a extensão total da retaliação for entendida. Mas essa retaliação pode se estender ainda e, provavelmente, de forma devastadora. Esta é uma tragédia para a nação ucraniana. Não estou dizendo que a Rússia fez isso injustificadamente – estou dizendo que não precisava acontecer. E a culpa recai completamente sobre a Ucrânia por atacar a ponte da Crimeia”, acrescentou Ritter.
O analista apontou que, durante os oito meses que decorreram até este momento, Moscou tem restringido a operação militar especial aos alvos militares ucranianos. Mesmo os ataques de segunda-feira visavam alvos legítimos sob as leis da guerra, observou.
“Estes são alvos legítimos de infraestrutura, alvos legítimos de comando e controle. Isto não é um ataque a centros populacionais civis inocentes. Portanto há uma diferença entre a forma como a Rússia e aborda o conflito estratégico e aquilo que a Ucrânia o faz”, frisou o ex-oficial de inteligência.
Scott Ritter notou que era importante enfatizar que os Estados Unidos e seus aliados são “100% responsáveis pela totalidade deste conflito”, começando com o golpe do Euromaidan em 2014 até a sua falta de vontade ou incapacidade de trazer Kiev a aplicar os acordos de Minsk os quais intermediaram, o que comprova “uma vergonhosa provocação destinada a ganhar tempo para que a OTAN pudesse treinar militares ucranianos capazes de tentar resolver a situação do Donbass pela força militar”.