A atriz Regina Duarte afirmou na quarta-feira (29), após encontro com o presidente Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto, que aceitou o convite para assumir o “abacaxi” da Secretaria Especial da Cultura deste governo.
Ela disse que aceita, mas com condições, que ela chamou de “proclamas” de casamento. “Sim, tá? Só que agora vão correr os proclamas antes do casamento”, afirmou ela ao sair do Palácio do Planalto.
O ex-secretário, Roberto Alvim, que era muito prestigiado por Bolsonaro, foi demitido após a suscitar a revolta da sociedade brasileira com um discurso que fez imitando Joseph Goebbels, ministro da Propaganda do governo de Adolf Hitler, na Alemanha nazista.
Entusiasmado com o clima pró-nazista que encontrara na equipe chefiada por Bolsonaro, Alvim achou que estava agradando e errou na mão. Acabou abrindo demais o jogo e caiu, apesar do apoio que recebeu até o fim do “mito”.
Outro problema que a atriz vai enfrentar, além da equipe de lunáticos, nomeados por Bolsonaro, que ela vai encontrar no órgão, é o fato de que seu chefe, o Ministro Marcelo Álvaro Antônio, foi denunciado pelo Ministério Público de MG por crimes de lavagem de dinheiro no esquema que ficou conhecido como o “laranjal de Minas Gerais”.
Candidatas fantasma recebiam dinheiro do fundo eleitoral do PSL, partido que elegeu Bolsonaro, e desviavam esses recursos para o ministro que era candidato a deputado federal na época.
A atriz informou que está em tratativas com a Rede Globo com quem tem um contrato de exclusividade. A emissora anunciou que, se ela assumisse o cargo, teria que se afastar da televisão.
Regina Duarte estreou na televisão em 1965 aos 18 anos na novela “Deusa Vencida”, da Excelsior. Em 1969, fazia seu primeiro trabalho na Globo, em “Véu da Noiva”. Três anos depois, se consagrou em “Selva de Pedra”, ao interpretar uma artista plástica com dupla identidade, Simone Marques.
Em 1975, voltou ao teatro, onde havia começado a carreira. Na peça “Réveillon”, buscava romper com a imagem de boa moça conquistada com seus personagens na TV. Depois de um período fora da emissora, voltou à Globo em 1985 para interpretar seu papel mais conhecido, a viúva Porcina, de “Roque Santeiro”.
Após participações em séries, emendou dois de seus trabalhos mais conhecidos, “Vale tudo” (1988), de Gilberto Braga, e “Rainha da sucata” (1990), em uma protagonista escrita especialmente para a atriz. Entre breves interrupções para voltar aos palcos, ainda teve tempo para interpretar três Helenas nas novelas de Manoel Carlos, “História de amor” (1995), “Por amor” (2006), na qual contracenou com a filha Gabriela, e “Páginas da vida” (2006).