Ex-ator da Record é cotado para assumir a pasta. Ex-secretária “ganhou” a Cinemateca Brasileira de consolação
Jair Bolsonaro anunciou na manhã desta quarta-feira (20), a saída de Regina Duarte do comando da Secretaria de Cultura de seu governo. Em publicação nas redes sociais, o presidente afirmou que ela assumirá a Cinemateca Brasileira, sediada em São Paulo.
No começo do vídeo, Regina Duarte e Jair Bolsonaro trocam brincadeiras. A ex-atriz o pergunta se ele estaria “fritando” ela. “Regina, toda semana, tem um ou dois ministros que, segundo a mídia, estão sendo fritados por mim. O objetivo é sempre desestabilizar a gente e jogar o governo no chão. Jamais iria fritar você”, diz Bolsonaro, em meio a risadas constrangidas.
A atriz aparece no vídeo afirmando que sente muita falta de sua família em São Paulo, e que “ganhou” a Cinemateca Brasileira como um presente de Bolsonaro.
“Acabo de ganhar um presente que é um sonho de qualquer pessoa de comunicação, de audiovisual, de cinema, de teatro: um convite para fazer cinemateca, que é um braço da cultura que funciona lá em São Paulo, e é um museu de toda a filmografia brasileiro, ficar ali, secretariando o governo dentro da cultura na cinemateca. Pode ter presente melhor do que esse? Obrigado, presidente”, diz Regina.
Regina Duarte assumiu a pasta em 4 de março, com a missão de “pacificar” o embate entre a classe artística e a indústria da cultura com o governo federal.
A saída de Regina Duarte já era um desejo de Olavo de Carvalho, guru de Bolsonaro, e da ala ‘olavista’ do governo.
E pouco mais de dois meses à frente da Secretaria de Cultura, Regina Duarte já protagonizou diversos embates e situações constrangedoras. A mais memorável de todas foi quando demonstrou estar absolutamente alinhada ideologicamente com Bolsonaro em uma entrevista à CNN, na qual debochou dos mortos do coronavírus e minimizou os efeitos da ditadura no Brasil.
A dificuldade em exonerar certos nomes também gerou atritos. Um deles foi o do presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, cujos posicionamentos como o de que “não existe racismo no Brasil” revoltaram o movimento negro. A Fundação Palmares tem como objetivo promover a cultura negra no país.
Regina havia defendido, desde a posse, a demissão de Camargo. No entanto, ele continuou à frente da fundação, inclusive defendendo abertamente, nas redes sociais, a saída de Regina, a quem era subordinado.
Bolsonaro também já havia dado indícios de uma possível saída de Regina à frente da pasta. Na última, o presidente compartilhou um vídeo do ator Mario Frias em que isso fica claro.
Assista ao vídeo: