Ao anunciar o seu novo ministro da Educação, Jair Bolsonaro destacou que o escolhido para o cargo, Carlos Alberto Decotelli da Silva, mantinha um currículo impecável.
No Twitter, Bolsonaro afirmou que o escolhido “é bacharel em Ciências Econômicas pela UERJ, Mestre pela FGV, Doutor pela Universidade de Rosário, Argentina e Pós-Doutor pela Universidade de Wuppertal, na Alemanha”.
Entretanto, ao contrário do que afirmou Bolsonaro o substituto do “imprecionante” Abraham Weintraub, não concluiu o seu doutorado na Universidade de Rosário, na Argentina.
A informação foi desmentida pelo próprio reitor da instituição. Franco Bartolacci afirmou nesta sexta-feira, por meio do seu Twitter que a Universidade de Rosário não reconhece o título de doutor atribuído ao novo ministro bolsonarista.
“Nos vemos na necessidade de esclarecer que Carlos Alberto Decotelli da Silva não obteve nenhuma titulação de doutor na Universidade Rosário mencionada nesta comunicação”, escreveu Bartolacci no Twitter, compartilhando o post de Bolsonaro.
SUCESSÃO
Decotelli assumirá a vaga deixada por Abraham Weintraub que, após 14 meses, anunciou que deixaria o cargo para assumir um posto no Banco Mundial, em Washington (EUA).
Ele será o terceiro ministro da Educação do governo Bolsonaro. Antes de Weintraub, Ricardo Vélez Rodríguez permaneceu pouco mais de três meses no comando da pasta.
Em fevereiro de 2019, Decotelli foi nomeado presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Em agosto, o MEC anunciou a troca do comando do fundo, mas não informou o motivo. Depois, passou para a Secretaria de Modalidades Especializadas do Ministério da Educação.
O Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) considerou que Dacotelli, enquanto presidente do FNDE, “manteve um bom canal de diálogo com os secretários, chegando a visitar alguns estados durante a sua gestão”.
Após a desastrosa passagem de Weintraub pelo MEC, a escolha de um novo ministro traz expectativa de diálogo na Câmara dos Deputados.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), avalia pautar para terça-feira (30), a MP 934 sobre o ensino escolar durante a pandemia e há ainda a possibilidade de votar a prorrogação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb).