O número dos que acham o governo ruim ou péssimo subiu oito pontos, de 32% para 40%. Já os que acham o governo bom ou ótimo caiu de 37% para 31%. Mesmo assim, 53% ainda acham que não é hora para o impeachment
Mesmo com a explosão da rejeição ao governo Bolsonaro, aumentou de 50% para 53% dos entrevistados pelo Datafolha os que acham que ainda não é hora da Câmara dos Deputados abrir um processo de impeachment contra o presidente. Antes, 46% aprovavam o impedimento e, agora, são 42%. Entre os que desaprovam o governo, 82% defendem o impedimento.
Além disso, o instituto apurou que a rejeição ao governo Bolsonaro subiu oito pontos percentuais, de 32% para 40%, em um mês, segundo pesquisa do Instituto Datafolha, divulgada na sexta-feira (22). O aumento dos que consideram o presidente ruim ou péssimo se deu entre início de dezembro de 2020 e 21 de janeiro de 2021.
No mesmo período, despencou o número de pessoas que acha o presidente ótimo ou bom. Desceu de de 37% no início de dezembro para 31% na nova pesquisa.
É a maior queda nominal de aprovação de Bolsonaro desde o começo de seu mandato. O único governo com este nível de reprovação no mesmo período do mandato foi Fernando Collor de Mello, interrompido por impeachment.
Os que avaliam Bolsonaro como regular são 26%, ante 29% anteriormente.
Como apontado por outras pesquisas, os motivos do aumento do desgaste do governo Bolsonaro foram os atrasos na vacinação por conta do comportamento contrário a elas por parte do presidente e as mortes em Manaus provocadas pela sabotagem do Planalto.
Bolsonaro e seu ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, insistiram em preconizar medicações sem eficácia comprovada contra a Covid-19 e não garantiram oxigênio para os hospitais. Muitas pessoas morreram asfixiadas, sem conseguir respirar por falta do oxigênio.
Entre moradores do Nordeste, a rejeição ao presidente voltou a subir, passando de 34% para 43%. Já a maior queda de aprovação ocorreu exatamente no Norte, onde fica Manaus, e no Centro-Oeste, até então redutos bolsonaristas. Seu índice de ótimo e bom caiu de 47% em dezembro para 36%, agora. No Sudeste, Bolsonaro amarga 44% de rejeição, dez pontos a mais do que no Sul.
Servidores públicos, entre os quais estão os que ocupam a linha de frente no combate ao vírus, são os que mais rejeitam o governo federal (55%), menos confiam em sua palavra (56% não acreditam nele) e mais o consideram incapaz (65%).
Entre os mais instruídos, o índice de rejeição é de 50%. Entre as mulheres e jovens de 16 a 24 anos, a rejeição também é alta, 46%. Bolsonaro segue sendo aprovado por evangélicos (40%), o que não acontece entre os católicos (28%). Entre os empresários, Bolsonaro tem 51% de aprovação, sendo que 35% “sempre confia” e 58% acreditam em sua capacidade.