
Em Pequim, presidente defendeu relações comerciais entre os países e criticou o tarifaço de Trump. “Não me conformo com a chamada taxação que o presidente dos Estados Unidos tentou impor ao planeta Terra do dia para a noite”, disse
O presidente Lula disse que o Brasil e a China serão “parceiros incontornáveis e nossa relação será indestrutível” e criticou a política de taxação do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump contra os outros países.
A declaração ocorreu em discurso no encerramento do Fórum Empresarial Brasil-China, na manhã desta segunda-feira (12), em Pequim.
“Se depender do meu governo e da minha disposição, Brasil e China serão parceiros incontornáveis e nossa relação será indestrutível. Porque a China precisa do Brasil, e o Brasil precisa da China. Nós dois juntos poderemos fazer com que o Sul Global seja respeitado no mundo como nunca foi”, declarou o presidente.
Lula está na China e vai se reunir com o presidente Xi Jinping nesta terça-feira (13).
Segundo o presidente Lula, o Brasil e a China “têm o compromisso de resolver o problema da pobreza que martelou a vida desses países por muito tempo. É notável que a China tirou em 40 anos 800 milhões de pessoas da pobreza, como é notável que o Brasil em 10 anos tirou 54 milhões de pessoas que passavam fome no meu país”, comentou.
“É importante lembrar que em 50 anos de relações bilaterais, nosso comércio evoluiu de maneira extraordinária. Só para se ter ideia, o nosso comércio de 2003 até 2025 cresceu aproximadamente 30 vezes. Em uma demonstração de que o potencial da relação entre China e Brasil é inesgotável(…)”
“Para manter essa trajetória mutuamente benéfica, estamos recuperando a capacidade de planejamento do Estado brasileiro”, destacou.

Na avaliação de Lula, “a China tem sido tratada, muitas vezes, como se fosse uma inimiga do comércio mundial, quando, na verdade, está se comportando como um exemplo de país que está tentando fazer negócio com os países que foram esquecidos durante os últimos 30 anos por muitos outros países”.
“Não me conformo com a chamada taxação que o presidente dos Estados Unidos tentou impor ao planeta Terra do dia para a noite”, criticou.
Os EUA anunciaram uma sobretaxação contra os outros países reclamando de “injustiças comerciais”. Donald Trump recuou, mas manteve taxas de 10%, para além de todas as demais que já existiam.
INVESTIMENTOS DA CHINA NO BRASIL
Durante a viagem, Lula tem se reunido com representantes de empresas chinesas que pretendem investir no Brasil. Ao todo, os investimentos podem chegar a R$ 27 bilhões e incluir montadoras de veículos, projetos de energia eólica e outras formas de produção de combustíveis renováveis, segundo o presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações (Apex), Jorge Viana.
O ministro da Casa Civil, Rui Costa, informou que foi assinado um acordo de pesquisa e tecnologia envolvendo o Senai CIMATEC. “Todas essas sinergias buscam fazer parcerias na área de desenvolvimento tecnológico, incluindo formação de talentos e a instalação de centros de pesquisa e produção no Brasil”, falou.