
Mesmo diante das ameaças ao Brasil, Bolsonaro declarou que tem profunda gratidão por Trump. “Fizemos planos. Parece que estávamos até namorando”, disse o bajulador
Jair Bolsonaro já havia confessado, no último fim de semana, sua cumplicidade com a chantagem criminosa de Donald Trump contra o Brasil. Ele admitiu que era só parar o seu julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) que as tarifas seriam suspensas imediatamente. Uma prova cabal de seu envolvimento no ataque ao Brasil e da vergonhosa traição à pátria.
Agora, em entrevista ao site Poder 360, nesta terça-feira (15), o conluio entre os dois [Trump e Bolsonaro] ficou ainda mais evidente. Mesmo diante da ameaça do ditador da Casa Branca de causar um forte dano à economia do Brasil e aos trabalhadores com a sobretaxa de 50% sobre todos os produtos brasileiros, Jair Bolsonaro declarou: “eu sou apaixonado pelo Trump”. Uma relação de dar inveja a Milei, que se acha o campeão da bajulação a Trump.
Bolsonaro não manifesta a menor preocupação com o sofrimento e a fome que a medida unilateral de Trump possa causar aos brasileiros, que estão ameaçados de perder salários e até mesmo seus empregos. O exportadores poderão ter que fechar as portas e a economia poderá sofrer um grande baque. Nenhum desses problemas sensibiliza Bolsonaro. Ele só pensa em bajular Trump para ficar impune e se livrar da Justiça. O Brasil que se dane.
Indiferente a tudo de mau que a guerra tarifária dos EUA pode causar à economia do Brasil, o serviçal afirmou: “Tenho uma profunda gratidão por ele [Trump]“. Ele tem gratidão pelo que Trump está fazendo com o Brasil. É a traição mais escandalosa que já se viu ao Brasil em toda a sua história.
Mas, ele prossegue: “Tivemos um excelente relacionamento. Fizemos planos. Parece que estávamos até namorando”, disse Bolsonaro, ao descrever conversas, durante sua passagem pelo Planalto, em que prometia ao chefe da Casa Branca entregar muito minério brasileiro às empresas americanas. O relato mostra que o “affair’ entre os dois realmente é muito mais intenso do que se pensava.
Mesmo diante dos ataques ao Brasil e dos problemas que isso vai causar aos brasileiros, Bolsonaro disse, durante a entrevista, que ele tem uma grande admiração pelos Estados Unidos. Ou seja, é um vassalo completo aos americanos. Não é por acaso que ele foi visto muitas vezes fazendo continência para a bandeira americana. E não é à toa, também, que, nos atos antidemocráticos organizados por ele, pululam bandeiras dos EUA e de seu satélite do Oriente Médio, além de frases em inglês pedindo intervenção americana no Brasil.

Jair Bolsonaro não demonstra nenhum respeito pelo Brasil ou preocupação pelas consequências que essas medidas unilaterais de Trump causarão ao país. Nada disso lhe interessa. O seu lado é o dos Estados Unidos e de Trump e ponto final. Ele participa da chantagem, ao lado de Trump, e contra o Brasil. Agora, repete cinicamente as ameaças externas feitas pelos EUA contra a economia e a Justiça brasileira.
A bajulação da família Bolsonaro aos Estados Unidos e a Donald Trump é tão escandalosa que o filho do golpista, Eduardo Bolsonaro, conhecido por “03”, anunciou nesta terça-feira (15), que pretende largar de vez o mandato de deputado no Brasil para morar nos Estados Unidos. Ele tinha ido para os EUA com o objetivo de conspirar abertamente contra o Brasil. Para isso, se misturou com gângsteres da extrema direita americana e começou a insuflar o governo americano a sancionar o Brasil.
O Brasil, por seu lado, se uniu fortemente contra o ataque americano. O governo está determinado a defender a soberania da pátria e chamou os empresários para que encontrem juntos as saídas diante da agressão de Trump à economia do país. O presidente Lula afirmou que “o Brasil não será tutelado por ninguém”.
Já o bolsonarismo se desmascarou completamente ao se aliar vergonhosamente a Trump contra o Brasil. Figuras como o bolsonarista Tarcísio de Freitas, que inicialmente aplaudiram as tarifas assacadas por Trump, se torraram com a opinião pública, com o povo paulista e com os empresários de São Paulo, os mais atingidos pelo tarifaço.
Até o tradicional jornal paulista, Estadão, em editorial desta terça-feira (15), taxou Jair Bolsonaro de “patriota fajuto”. E não foi só o jornal paulista que repudiou a trairagem da família Bolsonaro: quase toda a mídia se aliou ao país contra o ataque estrangeiro. O que o editorial do Estadão revelou é que mesmo a elite paulista, que andava meio arredia, perdeu a paciência, se indignou com a traição bolsonarista ao país e acabou acordando para o perigo que significa para o Brasil o fortalecimento das hordas fascistas. Eles são bem-vindos na frente ampla antifascista.
SÉRGIO CRUZ