“Eles estavam inertes”, disse ela. Deputado Distrital Hermeto (MDB) rebateu Ana Priscila Silva e afirmou que foi o comando da PM que falhou e não “planejou” a contenção dos bandoleiros. “Todos os policiais ali foram vítimas de vocês, que queriam quebrar e extinguir tudo”, afirmou Hermeto.
O deputado distrital Hermeto (MDB), relator da CPI-DF dos Atos Antidemocráticos, afirmou que a tentativa de golpe do dia 8 de janeiro correu por “falta de planejamento” por parte do governo do Distrito Federal e dos chefes da Polícia Militar, que resultou em “falta de efetivo” para impedir a chegada dos golpistas.
A manifestação foi feita durante a sessão de quinta-feira (28) da CPI, que corre na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF).
O relator rebateu as falas da depoente, Ana Priscila Silva de Azevedo, segundo a os policiais que estavam na Praça dos Três Poderes estavam “inertes” e não fizeram “absolutamente nada” para conter a invasão, numa clara tentativa de inversão dos papéis, quando o bandido acusa a polícia de não lhe prender.
O deputado Hermeto disse que a culpa não é dos policiais que estavam no local, mas dos chefes da PM-DF que não planejaram a defesa da Praça dos Três Poderes e alocaram um efetivo baixíssimo.
“Todos os policiais ali foram vítimas de vocês, que queriam quebrar e extinguir tudo”. “Os cabeças da operação”, ou seja, aqueles que tinham “o dever de planejar, o dever de fazer com que a tropa estivesse lá estão presos” e serão julgados, continuou o deputado distrital.
“Praças, soldados, cabos, ali ninguém compactuou com aquilo. Uma policial quase foi assassinada pelos ‘ditos’ patriotas que fizeram aquele arrombamento nos poderes constituídos”, continuou.
“O que eu não concordo é com a senhora dizer que aqueles policiais, que eram pouquíssimos, foram coniventes com o que vocês fizeram. Aqueles policiais eram irrisórios perto do tamanho dos bandidos”.
Dois policiais do Batalhão de Choque da PM-DF relataram à Justiça que o efetivo destacado pela chefia era de 20 homens, além de 16 voluntários. “Esse era todo o efetivo escalado pelo BPChoque, por ordens superiores, para o dia”, disse o segundo-tenente Marco Aurélio Feitosa.
“Eu e a soldado Marcela quase morremos nesse confronto”, contou, referindo-se ao confronto no Palácio do Planalto.
A bolsonarista Ana Priscila, apesar de tentar colocar a culpa nos policiais que estavam na Praça dos Três Poderes, admitiu que o contingente de policiais que encontrou no local era “ínfimo”.
“Nunca vi a Praça dos Três Poderes desguarnecida” como naquele dia, disse. “Não tinha contingente policial nenhum”.
Na verdade, isso deboche da bolsonarista. Como todo bandido faz após cometer o crime e ri da polícia por não conseguir prendê-lo.
A bolsonarista admite uma coisa que está ficando clara: a trama para o golpe. A Secretaria de Segurança do Distrito Federal era comandada pelo ex-ministro da Justiça de Bolsonaro, Anderson Torres. Ele se evadiu para os EUA, na véspera do atentado golpista, alegando férias, que só iniciariam no dia 9 de janeiro. Ele deixou a secretaria sem comando e sem planejamento sabendo que os criminosos preparavam um motim no dia 8 de janeiro.
Ela insistiu na versão hilária de que a intenção de seu grupo era realizar uma “manifestação pacífica”, mesmo tendo sido confrontada, durante a sessão, com áudios gravados por ela própria falando sobre “sitiar” as sedes dos três poderes. Segundo ela, a “quebradeira” foi realizada apenas por infiltrados.