
O relatório final do Orçamento para 2022 prevê R$ 16,5 bilhões para o orçamento secreto, usado pelo governo Bolsonaro para comprar apoio e votos no Congresso Nacional. O documento foi apresentado pelo deputado Hugo Leal (PSD-RJ).
O orçamento secreto, que é o nome usado para as emendas de relator, é a forma que o governo Bolsonaro achou para conseguir distribuir recursos entre os deputados e senadores que o apoiam em votações importantes.
Os R$ 16,5 bilhões para 2022 são pouco inferiores ao valor liberado em 2021, que foi de R$ 16,9 bilhões.
O relatório do Orçamento para 2022 foi aprovado na Comissão Mista do Orçamento (CMO) nesta terça-feira (21) e agora será votado no plenário das duas Casas legislativas.
Primeiro votam os deputados e em seguida os senadores. O recesso parlamentar começa na quinta-feira (23).
Os pagamentos do orçamento secreto chegaram a ser suspensos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) pela falta de transparência e publicidade. Depois de uma resolução que altera parte das regras, voltou a ser liberado.
Os nomes dos parlamentares envolvidos e os valores que foram indicados por eles para as emendas de relator não foram divulgados pelo Congresso Nacional.
Uma lista dos recursos distribuídos entre 2020 e 2021 obtida pelo jornal O Globo mostra que apenas parlamentares ligados ao governo tiveram acesso aos bilhões distribuídos.
Entre os que mais receberam estão o ex-presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), com R$ 295 milhões, Ciro Nogueira (PP-PI), atual ministro da Casa Civil de Bolsonaro, com R$ 145 milhões, o senador Fernando Bezerra (MDB-PE), ex-líder do governo Bolsonaro, que recebeu R$ 125 milhões e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), com R$ 115 milhões.
Os valores foram liberados para que o governo Bolsonaro conseguisse a aprovação da reforma da Previdência, da PEC dos Precatórios e eleger Lira como presidente da Câmara.