A deputada federal Lídice da Mata (PSB-BA), relatora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito das Fake News, estuda requerer a quebra do sigilo das linhas telefônicas que mais fizeram disparos em massa de mensagens ilegais via WhatsApp durante a campanha eleitoral de 2018.
Informações fornecidas ao colegiado pela empresa identificaram 24 contas com suspeita de terem sido usadas para burlar a legislação eleitoral com a disseminação de mensagens falsas.
Como a quebra de sigilo precisa ser votada no plenário da CPMI, a apresentação de um requerimento nesse sentido terá que esperar o retorno das atividades no Congresso Nacional, em fevereiro. No entanto, a relatora adiantou que não vai aguardar a volta das atividades parlamentares para tomar providências.
Lídice da Mata declarou ao site “Congresso em Foco” que encaminhará os números apontados como maiores disparadores de mensagens irregulares para serem periciados na Polícia Federal. Com o resultado da perícia, a CPMI poderá ter material que justifique a aprovação da quebra do sigilo destes 24 números e a provável identificação dos autores dos disparos.
“Temos um delegado da Polícia Federal e um agente da Polícia Federal à disposição da CPI. E nós vamos ter que tratar desse assunto nesta semana logo. Então, estamos verificando quais providências podem ser tomadas antes de a CPI voltar a funcionar”, afirmou.
A relatora lembrou ainda que, se identificados, os responsáveis por essas contas de disparos irregulares em massa também podem ser convocados para depor na comissão de inquérito.
Integrante da CPMI das Fake News, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) afirmou que as informações mostram que é possível chegar a um esquema que revele abuso de poder econômico na campanha e distribuição em massa de mensagens falsas nas eleições.
“É fazer essa localização, essa identificação. Isso aí é ponta do fio da meada de eventual processo fraudulento que pode ter sido utilizado na eleição. Identificando isso, identifica-se onde pode ter tido abuso de poder econômico eleitoral e distribuição em massa de notícias falsas”, disse.
Relacionada:
A quebra do sigilo das linhas telefônicas envolvidas com as mentiras precisam serem abertas o povo quer saber quem são esses milicianos digitais pra já.