Em sua apresentação no Congresso de Prefeitos da Federação Catarinense de Municípios (Fecam), ocorrido na última quarta-feira, o presidenciável João Goulart Filho, pré-candidato do Partido Pátria Livre, defendeu a correção de distorções históricas na partilha dos recursos entre União, estados e municípios. “Eles assumiram mais responsabilidades sem que os recursos acompanhassem o mesmo ritmo”, avaliou.
Ele ressaltou porém que, antes de definir os rumos de um novo pacto federativo, “é necessário ter consciência da gravidade da crise que o Brasil atravessa”. Ele defendeu a manutenção e ampliação dos investimentos, afirmando que o país tem muitos recursos, mas que estão sendo drenados para o exterior e por quem não paga os impostos que deve. “O país não pode mais conviver com um nível de investimento tão baixo enquanto anualmente R$ 400 bilhões são drenados para a especulação financeira”, observou o presidenciável.
O filho do ex-presidente João Goulart subiu ao palco às 11h e foi o quinto a falar para os prefeitos catarinenses. “Os remédios neoliberais dos últimos anos não têm curado as enfermidades da nossa economia”, declarou João Goulart.
O pré-candidato do PPL apresentou índices de desemprego, falou dos impactos econômicos da corrupção e da alta carga tributária. Segundo ele, “entre desempregados e subempregados já são 27,7 milhões de pessoas, segundo os últimos dados do IBGE”.
João Goulart Filho prometeu investir em saúde e educação, e lembrou reformas que o pai dele, João Goulart – “o Jango dos trabalhadores” – já defendia quando foi presidente da República, mas que não teve condições de colocar em prática por conta do golpe de 1964.
Ao se referir aos temas propostos pela Fecam, João Goulart detalhou proposta de reforma tributária para cobrar mais de quem recebe mais e menos de quem recebe menos. “O Brasil precisa ser mais justo, mas para isso precisa urgentemente melhorar sua distribuição de renda”, afirmou. “Vamos recolocar o Brasil no rumo certo, fortalecer a economia de nossos estados e municípios e alcançar a redenção do nosso povo”, finalizou João Goulart Filho.
Além de João Goulart Filho (PPL), estiveram presentes ao evento, Geraldo Alckmin (PSDB), Aldo Rabelo (Solidariedade), Flávio Rocha (PRB), João Amoedo (Novo), Henrique Meirelles (MDB) e Ciro Gomes (PDT). Cada um deles teve 30 minutos para uma exposição aos participantes do evento — exceto o representante do PT, Emídio de Souza, que teve 15 minutos para ler uma carta de Lula, já que este encontra-se preso por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.