
O presidente da Fundação Maurício Grabois, Renato Rabelo, defendeu, durante sua intervenção no 15° Congresso do Partido Comunista do Brasil, a necessidade da frente ampla para “isolar e derrotar Bolsonaro e salvar o país”.
Rabelo destacou que “o Brasil atravessa um período de tanto retrocesso, de obscurantismo, boicote do próprio presidente da República à ação pandêmica criada pela ciência. Caracterizando uma atitude genocida contra o povo, levando a crise sanitária à condição de tragédia nacional, sem semelhança de tais acontecimentos na história da própria República”.
“A orientação, portanto camaradas, de frente ampla defendida pelo PCdoB baseado na história política do Brasil, é hoje o caminho para a vitória. Sendo meio insofismável para desmascarar, isolar e derrotar Bolsonaro, porque se trata da questão premente para salvar o país”, ressaltou o líder comunista.
Veja a íntegra da intervenção de Renato Rabelo:
Em sua intervenção, Rabelo destacou o crescimento da Fundação do PCdoB, e a sua necessidade na disseminação do pensamento e do conhecimento acerca do socialismo. Segundo ele, a fundação “é voltada aos objetivos programáticos e ao ideário da luta política e revolucionária do Partido Comunista do Brasil em nosso país. Portanto, essa é exatamente a tarefa essencial da nossa fundação”.
“A luta de ideias tem uma relevância ainda maior na contemporaneidade”, ressaltou Renato, ao contextualizar a conjuntura global em que se evidencia a “transição na ordem mundial, que se intensifica e acelera na pandemia, já se distanciando do período mais agudo do fim da União Soviética, projetando o ascenso da República Popular da China e o declínio relativo da potência hegemônica dos Estados Unidos”.
“Esse é um fato de grande significado histórico, é um fato estrutural para o sistema internacional. Isso tem repercussão no mundo todo. Neste novo contexto geopolítico mundial, os países socialistas remanescentes estruturam projetos nacionais de orientação socialista incorporando formas de renovação contemporâneas, destacadamente a China, no âmbito da própria economia capitalista mundial”.
“Reparem é exatamente uma experiência nova no âmbito da própria economia capitalista mundial. Superando o modelo soviético próprio de uma época. Hoje, esses projetos não se apresentam edificando um sistema mundial socialista. Contudo, estão em evolução favorável às experiências socialistas, contando com as lições do século XX. E mais, nas condições presentes, diversos Estados estruturam projetos nacionais de desenvolvimento. Adquire centralidade a tarefa nacional e democrática, distingue nova oportunidade histórica de resguardar sua soberania e seguir caminho próprio impondo-se uma situação favorável à realização de projetos nacionais contra hegemônicos. Portanto, essa é outra realidade importantíssima com o caminho que se abre para os estados nacionais”, ressaltou.
O líder comunista considera ainda que o “imperialismo estadunidense hegemônico, responde ao seu próprio declínio com a mais agressiva ação”. “Mobiliza seus aliados fiéis para conterem a China, utilizando todas as formas e meios especificamente os militares buscando também isolar a Rússia e desarranjar sua aliança estratégica com a China, que este é um fato significativo que naquele momento da União Soviética eles conseguiram criar uma contradição entre a União Soviética e a China. O fato relevante é que o capitalismo financeirizado rentista e sua ortodoxia neoliberal têm sido cada vez mais incapazes de responder aos desafios do mundo atual, do desenvolvimento das nações, em cooperação mútua e do bem-estar dos povos”.
“O tempo presente camaradas e o futuro clamam pelo socialismo. Essa é a questão que evolui num processo moldado, numa alternativa contemporânea, a China é um exemplo maior dessa alternativa contemporânea. Ela adquire uma forma histórica a essa experiência, adquire uma forma histórica, não se trata de teses subjetivas ou de desejos”.
“O desafio, portanto, é como conduzir uma sociedade que nasce mesmo pela revolução e se desenvolve nas entranhas de um mundo dominado por outro modo de produção. Essa é a questão, esse é o desafio que enfrenta a China, o Vietnã, Cuba, a Coreia, esses que são os remanescentes socialistas e a China exatamente na frente por sua dimensão”, apontou.
“É neste mundo, portanto camaradas, em transição na ordem mundial e de imposição de projetos desenvolvimentistas para os Estados nacionais, que o Brasil atravessa um período de tanto retrocesso, de obscurantismo, boicote do próprio presidente da República à ação pandêmica criada pela ciência. Caracterizando uma atitude genocida contra o povo, levando a crise sanitária à condição de tragédia nacional, sem semelhança de tais acontecimentos na história da própria República. A orientação, portanto camaradas, de frente ampla defendida pelo PCdoB baseado na história política do Brasil, é hoje o caminho para a vitória. Sendo meio insofismável para desmascarar, isolar e derrotar Bolsonaro, porque se trata da questão premente para salvar o país”, defendeu.