12 milhões estão sem emprego e 25,6 milhões vivendo de “bico” na era Bolsonaro – com preços dos combustíveis, energia elétrica, botijão de gás de cozinha e alimentos batendo recordes
A taxa de desemprego no Brasil ficou no 11,2% no trimestre encerrado em janeiro, com 12 milhões de brasileiros sem emprego, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada hoje (18) pelo IBGE.
Já o rendimento real habitual voltou a cair: menos 1,1% em relação ao último trimestre e uma queda ainda maior, de 9,7%, frente ao mesmo trimestre de 2021, ficando em R$ 2.489 de média. Nenhuma categoria apresentou alta no rendimento. Na indústria, houve queda de 4,1% (ou menos R$ 102).
“A retração dos rendimentos, que costuma ser associada ao trabalhador informal, esteve disseminada para outras formas de inserção e não apenas às relacionadas à informalidade”, diz a coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy, “Embora haja expansão da ocupação e mais pessoas trabalhando, isso não está se revertendo em crescimento do rendimento dos trabalhadores em geral”.
Segundo o IBGE, também houve diminuição no setor de administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais: queda de 2,1%, ou menos R$ 76.
Em meio à queda do rendimento médio do trabalho, a massa de rendimento real habitual ficou em R$ 232,6 bilhões, um recuo de 0,9% em 1 ano.
SEM CARTEIRA DE TRABALHO E SEM DIREITOS
O trabalho informal se mantém em alta, com uma taxa de 40,7% da população ocupada, com 38,5 milhões de trabalhadores sem direitos trabalhistas ou vivendo de “bico”. Os trabalhadores por conta própria somam 25,6 milhões de pessoas, uma alta de 10,3% (mais 2,4 milhões de pessoas) no ano.
O número de trabalhadores domésticos (5,6 milhões de pessoas) subiu 19,9% (mais 931 mil pessoas) no ano.
Os resultados do trimestre novembro-dezembro-janeiro também mostram aumento no número de empregados sem carteira assinada no setor privado: são 12,4 milhões de pessoas, um alta de 3,6% ou 427 mil pessoas em relação ao trimestre anterior. Na comparação com o mesmo período do ano anterior, a alta é de 19,8% ou mais 2 milhões de pessoas.
O número de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado (exclusive trabalhadores domésticos) foi de 34,6 milhões de pessoas, subindo 2,0% (681 mil pessoas) frente ao trimestre anterior e 9,3% (acréscimo de 2,9 milhões de pessoas) na comparação anual.
São 6,9 milhões de brasileiros que trabalham menos do que gostariam, mais de 80% na informalidade e com salário menores, e outros 4,8 milhões de pessoas estão no desalento, desistiram de procurar emprego.