O deputado Renildo Calheiros (PCdoB-PE), vice-líder do governo Lula na Câmara dos Deputados, condenou a política de juros altos que vem sendo praticada por insistência do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, nomeado para o comando da instituição durante a gestão de Jair Bolsonaro.
A decisão do Conselho de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que manteve a taxa básica (Selic) de juros em 13,75% ao ano, patamar em que se encontra desde setembro de 2022, tem sido alvo de críticas generalizadas na sociedade, que vão desde a classe política aos representantes das cadeias produtivas.
De acordo com o vice-líder de Lula, não há atividade econômica que possibilite um faturamento capaz de suportar juros nesse patamar e ainda garantir lucratividade ao empreendimento.
“Essa alta taxa de juros é um impedimento a novos investimentos, à geração de novos empregos e novas oportunidades para as pessoas. O Brasil tem a mais alta taxa de juros do mundo”, denunciou.
Para Renildo, essa situação só favorece o mercado financeiro, que não gera emprego, riqueza e não melhora a vida das pessoas.
“É necessário, portanto, uma política econômica que desestimule o investimento no mercado financeiro para estimular o investimento no setor produtivo porque é ele que gera riqueza, trabalho e que melhora a economia e a vida das pessoas”, escreveu em seu perfil no Twitter.
Na última quinta-feira (9), um grupo de economistas lançou um manifesto conjunto onde defende uma “razoabilidade” da taxa básica de juros. Segundo o texto, a alta taxa imposta pelo Banco Central é uma exclusividade brasileira que leva a um “estrangulamento das atividades produtivas e criadoras”.
A questão também se tornou alvo de um embate nas últimas semanas entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o Banco Central. Lula tem demonstrado publicamente seu descontentamento com a abusiva taxa de juros sustentada pela instituição e com o presidente da instituição, Roberto Campos Neto.