
Os servidores do Banco Central decidiram manter a greve da categoria depois que a reunião do presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, com o Sindicato Nacional dos Servidores do Banco Central (Sinal) terminou sem acordo.
“Na reunião de hoje entre o sindicato e o sr Roberto Campos Neto, dia 3/6, às 18h30, não houve nenhum avanço. Nenhuma proposta de reajuste salarial foi feita. Logo, os servidores do BC continuarão com a greve por tempo indeterminado”, disse o Sindicato Nacional dos Servidores do Banco Central (Sinal) em nota.
Os funcionários do BC, que reivindicam 27% de recomposição salarial e reestruturação de carreira, estão em greve desde o dia 1º de abril. Entre os dias 20 de abril e 2 de maio, a paralisação foi suspensa, conforme o sindicato, como “um voto de confiança” para que o governo apresentasse uma proposta oficial de reajuste, mas isso não aconteceu.
O sindicato afirma que a categoria está há mais de três anos sem reajuste e que a reivindicação de 27% busca apenas compensar a perda inflacionária do período, que é superior a este índice.
A categoria defende ainda que a recomposição almejada não representaria impacto significativo no Orçamento da União, já que o BC trabalha com um quadro de funcionários reduzido e altamente produtivo.
Conforme aponta o Sinal: “Só para se ter uma ideia, nos últimos 3 anos, mesmo com a ocorrência da pandemia da covid-19 e o consequente trabalho remoto, o corpo funcional do BC entregou para a sociedade serviços de elevada importância, como o Pix, o Sistema de Valores a Receber (SVR) e o Open Banking”.
“Apesar dessas entregas, de alto valor para a economia e para a sociedade e de reconhecidas qualidades técnicas, os patamares salariais dos servidores do Banco Central do Brasil estão abaixo daqueles auferidos por carreiras de igual importância para o Estado e por atividades em setores congêneres da iniciativa privada, considerando a formação acadêmica e atribuições inerentes ao cargo”, diz o sindicato.
Após a reunião de sexta-feira (3), o presidente do Sinal, Fábio Faiad, disse que apesar de alguns avanços no que diz respeito à reestruturação de carreira, itens que não têm impacto fiscal, “é preciso ressaltar que o processo de valorização de qualquer carreira passa, imprescindivelmente, pela defesa do poder de compra de seus servidores e uma remuneração à altura de sua qualificação, responsabilidade e entregas, em linha com carreiras congêneres”.
Segundo ele, “a greve tem adesão majoritária e vai continuar a afetar a divulgação da PTAX, a assinatura de processos de autorização no sistema financeiro, a realização de eventos e reuniões com o sistema financeiro e outras atividades”, mas, conforme esclareceu, o Pix não vai ser interrompido.