“Não concordo” com a tentativa de golpe, disse o presidente do Republicanos, deputado Marcos Pereira (SP). “As urnas são soberanas, não há porque duvidar do resultado das urnas, não há porque questioná-los”, afirmou ele em vídeo divulgado logo após a eleição do segundo turno
O presidente do Republicanos, deputado Marcos Pereira (SP), que integrou a coligação que apoiou Bolsonaro nas eleições, disse que não apoia a tentativa de golpe encabeçada pelo PL e pedirá para o Supremo Tribunal Federal (STF) cancelar as punições determinadas contra seu partido.
“Não concordo” com a tentativa de golpe e “recorreremos do bloqueio” do fundo partidário do Republicanos, disse Marcos Pereira ao UOL.
O PL apresentou um relatório falsificando a integridade das urnas eletrônicas de modelos mais antigos, pedindo a anulação dos votos que foram registrados nelas. Especialistas apontam que a suposta falha é uma falácia.
O partido, manipulado por Bolsonaro, recusa-se a reconhecer a derrota por uma diferença de mais de dois milhões de votos no segundo turno das eleições presidenciais. Na conta feita pelo partido, usando somente as urnas mais novas, Bolsonaro teria 51% dos votos.
O ministro Alexandre de Moraes, do STF, pediu que o PL anexasse ao relatório o pedido de anulação do primeiro turno, uma vez que as mesmas urnas foram utilizadas.
Para não se chocar com os deputados, senadores e governadores eleitos e não causar um “grande tumulto”, o PL não o fez. O PL elegeu 99 deputados e oito senadores nas mesmas urnas eletrônicas.
Moraes estabeleceu uma multa de R$ 22,9 milhões por litigância de má-fé e a suspensão do fundo partidário de toda a coligação (PL, Republicanos e PP). O Republicanos vai recorrer e pedir para ficar de fora dessa punição, uma vez que não apoia o golpe do PL.
Logo depois do resultado do dia 30 de outubro, Marcos Pereira divulgou um vídeo parabenizando o governador eleito de São Paulo, Tarcísio Freitas, e reconhecendo a vitória de Lula.
Apesar de ter apoiado Bolsonaro nas eleições, “reconhecemos o resultado. Nas urnas, o povo escolheu. As urnas são soberanas, não há porque duvidar do resultado das urnas, não há porque questioná-lo”.
“Senão nós teríamos que questionar a eleição do Tarcísio, a eleição do senador Mourão, da senadora Damares, do nosso governador reeleito em Tocantins, Wanderlei Barbosa, a eleição dos 41 deputados federais do Republicanos”.
“Não, o resultado está aí, nós não apoiamos o candidato eleito, mas precisamos continuar trabalhando em prol do Brasil”, completou o presidente do Republicanos.
