Ex-senador destacou que a empresa tem que voltar ao controle do povo brasileiro
O ex-senador Roberto Requião, ao classificar os bilionários Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles como ” verdadeiros gângsters”, cobrou do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a reestatização da Eletrobrás.
No domingo (22), o ex-governador do Paraná alertou em áudio publicado no Twitter: “Vocês já perceberam que os três empresários liberais, verdadeiros gângsters que deram o estouro de R$ 40 bilhões nas Lojas Americanas, são os mesmos que compraram a Eletrobrás? “Vocês já perceberam que a consultoria que viabilizou o roubo das Lojas Americanas é a empresa que assessorou a privatização da Eletrobrás?
“O presidente Lula tem que intervir nisso imediatamente. A Eletrobrás tem que voltar ao controle do Brasil para que o povo não seja escandalosamente roubado. E esta gente tem que ser punida, a exemplo do que lá atrás fez o Obama com a General Motors. Ele viabilizou junto com o Ministério Público Americano e o FBI a punição dos ladrões e estatizou a General Motors, sem que se perdesse o emprego, os trabalhadores e o povo americano fossem prejudicados. É isso que nós temos que fazer agora com a Eletrobrás”, defendeu.
Roberto Requião lembrou que “Obama posteriormente devolveu para o mercado a General Motors, que a função do Estado não é produzir concorrencialmente automóveis”, mas destacou que “esse não é o caso da Eletrobrás, que tem que ser estatizada, como fez a França e Alemanha recentemente. Nós estamos na contramão desse processo”, criticou. “Os gângsters que se dizem liberais tem que pagar pesadamente por isso”, defende Requião.
Donos das maiores fortunas do país, os sócios do 3G Capital, Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, estão envolvidos em um dos maiores processos de fraude do mercado de capitais brasileiro, o rombo bilionário da Americanas. Na semana passada, a força-tarefa criada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM ) para apurar a fraude contábil no balanço da Americanas, que levou a um rombo de R$ 43 bilhões em suas contas, divulgou que também está investigando a conduta dos acionistas de referência da varejista, referindo-se ao trio bilionário que detém 30,1% das ações da empresa. Beto Sicupira é também integrante do conselho de administração da empresa.