“Supomos que esteja sendo mal aconselhado na área econômica. Não há nenhum sentido em privatizar a Caixa, mesmo que parcialmente”, alerta o ex-senador
O ex-senador Roberto Requião (MDB) divulgou neste sábado (3) uma carta, juntamente o com o economista José Carlos Assis, dirigida ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com duras críticas ao plano do petista de doar receitas das estatais estratégicas ao setor privado.
“Ficamos chocados com a sua afirmação de que estaria a favor de transformar empresas estatais, como a Caixa Econômica Federal, hoje totalmente controlada pelo Estado, em empresa de economia mista sob controle parcial privado. Também nos surpreendeu sua concordância com o Governo atual na estratégia de privatização da Eletrobrás, a qual, junto com a Petrobrás, é o eixo da independência energética brasileira”, diz um trecho do documento.
“Supomos que esteja sendo mal aconselhado na área econômica. Não há nenhum sentido em privatizar a Caixa, mesmo que parcialmente. É uma empresa que rende dividendos expressivos para a área assistencial do Governo, há mais de um século, e desempenha papel estratégico no desenvolvimento social do país. Privatizá-la significa efetivamente doar uma parte dela a particulares sem qualquer justificativa econômica ou moral”, prosseguiu Requião.
“No caso da Eletrobrás”, destaca o ex-senador, “estamos diante de um dos maiores riscos estratégicos para a economia brasileira, na medida em que um sistema energético integrado e bem articulado ficará sob a ameaça de injustificável desintegração”. “Além disso, é uma empresa monopolista em várias funções, não fazendo qualquer sentido que seja entregue ao setor privado com seu apetite por lucro e com o descaso na operação, conforme se viu recentemente em Rondônia”, advertiu.
“Mais assustador ainda do que o que assinalam essas indicações privatistas – neste caso, tendo em vista o que propõe o próprio programa do PT recém-lançado – é o que ali se expressa como um compromisso com o equilíbrio macroeconômico. Isso é puro conservadorismo. É um compromisso, sim, com a recessão, pois uma economia que não tem desequilíbrios macroeconômicos, sobretudo a partir de recessão, jamais retomará o crescimento econômico”, declarou o político paranaense. “Observe os Estados Unidos, o Japão, a União Europeia, a Inglaterra – ninguém faz mais equilíbrio orçamentário no mundo, pois sabe que se trata de um suicídio econômico e social”, acrescentam os signatários.
Requião e o economista José Carlos Assis, que assinam a carta, concluem dizendo que se mantêm alinhados com o projeto político de Lula por acreditarem na possibilidade de regeneração do ex-presidente.
Eu também
PT não está preocupado com o Brasil, mas com a biografia do Lula. Para ele tanto faz, não importa, desde que ele possa voltar ao poder.
Cuidado Requião, todos que se opõem são tratados com ódio e desprezo, veja o que houve com a Marina, e mais recentemente com o Ciro. É preciso dizer que o PT SE TORNOU PARTE DO PROBLEMA.
Certíssimo, Requião! Não às privatizações e reversão às que já foram feitas pelo desgoverno atual e pelo último, o golpista.