Com grande apoio logístico e solidariedade vinda do mundo inteiro, oito dos 12 meninos que ficaram presos com seu treinador nos labirintos da caverna inundada de Tham Luang, na Tailândia, já se encontram a salvo. Quatro deles haviam resgatados no domingo e outros quatro saíram na segunda-feira. Agora, as equipes de mergulhadores estão concentradas no resgate dos outros quatro meninos e do treinador, que resistem desde o dia 23 de junho com o nível de oxigênio tendo alcançado patamares “muito perigosos”.
A queda de 21% para 15% do nível de oxigênio na caverna já na sexta-feira e a inesperada morte de um mergulhador aumentaram a tensão na operação de resgate. Na avaliação dos médicos, é sério o risco de hipoxia, a mesma condição que provoca o mal da altitude.
“Nós originalmente pensamos que os garotos poderiam ficar seguros dentro da caverna por um longo tempo, mas as circunstâncias mudaram. Temos um tempo limitado”, afirmou o vice-almirante Aphakorn Yookongkaew. Nesse quadro, assinalou, “não podemos mais esperar para todas as condições [ficarem prontas]”. Agora se tornou prioridade máxima propiciar mais oxigênio aos resistentes e os esforços estão concentrados em estender até a câmara que abriga o grupo uma tubulação para renovar o oxigênio. Horas antes, um mergulhador voluntário e ex-submarinista da força de elite, Saman Kunan, de 38 anos, morreu ao retornar de uma operação de transporte de cilindros de oxigênio até os garotos.
“A morte deste especialista em mergulho serve para mostrar a dificuldade dos trabalhos de resgate”, declarou o gabinete do governador da província de Chiang Rai, onde fica a caverna. Amigos relataram que Kunan era triatleta e se encontrava em boa forma. O mergulhador que o acompanhava ainda tentou reanimá-lo, sem sucesso.
Somente no dia 2 de julho, mergulhadores britânicos localizaram os garotos – entre 11 e 16 anos – e o treinador – de 25 anos – empoleirados em uma protuberância rochosa, quatro quilômetros caverna inundada adentro, há nove dias sem água potável ou comida. A primeira refeição dos 12 meninos tailandeses do time de futebol Javalis Selvagens e seu treinador após um jejum forçado de nove dias foi carne de porco, arroz doce e leite. Apesar da perda de peso e de arranhões e erupções cutâneas, o estado de saúde deles é considerado bom. O treinador e dois dos meninos são os mais debilitados. Os pais comemoram aliviados e estão acompanhando ansiosamente o resgate, à espera de poder abraçar seus filhos.