“Garantir vida digna, emprego e renda; trabalhar pela paz e cooperação entre povos e países é o caminho para deter os inimigos da democracia”, destaca a deputada, ao analisar a eleição no Parlamento Europeu
A deputada Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT, alertou nesta terça-feira (11), em suas redes sociais, que os governos democráticos precisam atende as demandas do povo, numa alusão aos resultados das eleições para o Parlamento Europeu. “Além de combater a rede de mentiras do novo fascismo, os governos democráticos precisam responder às demandas reais da população”, escreveu a deputada.
“Garantir vida digna, emprego e renda; trabalhar pela paz e cooperação entre povos e países é o caminho para deter os inimigos da democracia e da justiça social em todo o mundo”, destacou a parlamentar, ao comentar a eleição europeia.
GOVERNOS SUBMISSOS
O resultado das eleições para o Parlamento Europeu revelou que os governos dos dois principais países europeus, a Alemanha e a França, pagaram um preço bastante alto pela submissão aos interesses e planos norte-americanos para o velho continente. As coligações que governam os dois países foram fragorosamente derrotadas nas urnas.
O chefe de governo alemão, Olaf Scholz, afundou a economia do país ao romper os laços econômicos com a Rússia a mando da Casa Branca. Nem mesmo foi capaz de protestar quando agentes da CIA, sob ordens de Washington, explodiram o gasoduto Nord Stream 2, que levava gás barato da Rússia para as empresas alemãs.
A destruição do gasoduto fez com que o preço da energia na Alemanha explodisse. O país passou a importar gás liquefeito dos EUA a preços 3 – e até 4 – vezes maior do que o gás russo. Uma das consequências, além do aumento de gastos da população com as contas de energia, é que hoje há um processo de desindustrialização do país. As empresas estão abandonando a Alemanha em função dos preços da energia elétrica no país.
FRANÇA SERVIL
Emanuel Macron foi tão servil à Casa Branca que chegou ao ponto de defender que a França deveria enviar tropas para a Ucrânia, numa guerra provocada e estimulada unicamente pelos Estados Unidos. Uma guerra que visa manter o domínio mundial dos EUA e que provocou uma grave crise econômica na União Europeia.
A França vive uma estagnação de seu PIB e cortes de investimentos. Os eleitores franceses, que já tinham sofrido ataques aos seus direitos sociais e previdenciários, queriam ver Macron pelas costas. Na primeira oportunidade que tiveram, não perdoaram o dirigente francês e sua política de arrocho fiscal. A derrota foi tão avassaladora que Macron foi obrigado a anunciar a dissolução do parlamento e a antecipação das eleições no país.
VOTO DE PROTESTO
A chamada extrema direita cresceu nesses países porque, mesmo demagogicamente, ela combate a submissão do continente aos ditames de Washington e acaba confundindo os eleitores. Já os partidos ditos mais à esquerda, seguem à risca a cartilha do capital financeiro hegemonizado por Wall Street e pelas monopólios das armas.
Muitos eleitores alemães, por exemplo, acabaram votando na “direita” em protesto pela falta de alternativas à “esquerda”. A socialdemocracia e os verdes, com seu alinhamento automático e acrítico à OTAN e ao FMI, provocam uma grande decepção nesses eleitores. Na França do arrocho, dos cortes de direitos e dos arroubos “otanistas” de Macron, a mesma coisa. Foi um recado claro dos eleitores contra governantes medíocres e capachos.