A Secretaria Estadual de Ciência, Pesquisa e Desenvolvimento em Saúde confirmou na quarta-feira (30), a informação de que o diretor-geral do Instituto Butantan, Dimas Covas, pediu exoneração do cargo na entidade, para assumir a função de diretor-executivo da Fundação Butantan.
“O professor Dimas Covas pediu sua exoneração, que foi aceita pela Secretaria de Ciência, Pesquisa e Desenvolvimento em Saúde. Sendo assim, Dimas deixou a direção do Instituto Butantan em 11 de novembro, na mesma data em que se deu a sua nomeação para a Fundação Butantan”, citou a nota da pasta.
O médico ganhou destaque em 2020 ao liderar, junto ao então governador de São Paulo, João Doria (PSDB), o processo de parceria do Butantan com a biofarmacêutica chinesa Sinovac para importação da vacina CoronaVac ao Brasil.
O imunizante foi o primeiro contra a Covid-19 a ser aplicado em território nacional, sendo alvo de repetidos ataques e sabotagens do governo Bolsonaro que atuava abertamente contra a vacinação da população.
Mais de 120 milhões de doses do imunizante foram envasadas e entregues pelo Butantan para o Programa Nacional de Imunização (PNI), sendo um dos principais imunizantes responsáveis por impedir o avanço do número de casos graves da Covid-19 e, por sua vez, do aumento do número de óbitos.
Atualmente, a CoronaVac é utilizada para a imunização de crianças e adolescentes, mas, ainda assim, sofre com a sabotagem do Ministério da Saúde que, sob Bolsonaro, não possui qualquer preocupação com a imunização da população.
O médico negou informações de que a saída dele foi marcada por um conflito com o governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB). “Esta é a verdade. Não existe conflito com o governador”. “Esta decisão foi alinhada com o Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Ciência, Pesquisa e Desenvolvimento em Saúde, na medida em que não é possível que um mesmo profissional ocupe esses dois cargos concomitantemente”.
MUDANÇA
A mudança de cargo, na prática, garante a permanência de Covas na gestão técnica da instituição, já que ele seria obrigado a deixar o Instituto por causa das trocas de nomes que serão promovidas pelo governador eleito de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
O ocupante desse cargo é definido pelo conselho curador da fundação, sem ingerência do governo estadual, e tem mandato de quatro anos. Assim, ao assumir o posto, Covas fica imune às trocas políticas do novo governador.
Freitas, inclusive, já anunciou que colocará o infectologista Esper Kallás no comando do Instituto Butantan a partir de 2023.