
O presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Gilberto Waller Júnior, informou que os aposentados e pensionistas que foram roubados pelos descontos mensais ilegais receberão o ressarcimento “via conta do benefício”.
“Será feito via benefício, via conta do benefício. Nada de PIX, nada de depósito em conta e nada de sacar em banco”, disse o Waller Júnior.
Segundo ele, o ressarcimento “tem que ser algo que não demande a ele novos trabalhos, não demande enfrentar uma fila”.
“Da mesma conta que ele recebe, o seu benefício previdenciário vai ser depositado. Por isso eu peço, é para todos: não caia em outros golpes, não assine nada, não abra link, não acredite em ninguém que esteja vendendo facilidade”, alertou o presidente do INSS.
Ele contou que o dinheiro para realizar a reparação será buscado “prioritariamente de quem enriqueceu”, isto é, dos criminosos. “Depois, caso o dinheiro não for suficiente, vamos buscar outras fontes para cobrir essa situação encontrada”.
Segundo Gilberto, “não dá para garantir” que não será utilizado dinheiro público para isso.
Ele contou que o plano para a devolução do dinheiro que foi roubado dos aposentados e pensionistas está em sua fase final de elaboração e deve ser entregue na próxima semana.
Entre 2019 e 2024, foram descontados diretamente pelas entidades e sindicatos R$ 6,3 bilhões, mas a Controladoria-Geral da União (CGU) aponta que neste valor estão também os descontos regulares, feitos com a autorização legítima dos aposentados.
Assim que foi deflagrada a operação da Polícia Federal e da CGU contra o esquema criminoso, o INSS publicou uma decisão suspendendo todos os Acordos de Cooperação Técnica (ACTs) por meio dos quais as associações realizavam os descontos direto na fonte da aposentadoria.
Os criminosos fraudaram assinaturas e documentos para conseguir descontar as “mensalidades” diretamente nos pagamentos do INSS aos aposentados e pensionistas.
A investigação encontrou documentos junto a lobistas, como Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “careca do INSS”, que indicam que autoridades do Instituto que foram afastadas recebiam propina para manter o esquema de pé.