De janeiro a novembro, saques somaram mais de 100 bilhões de reais, a segunda maior retirada da história
Entre janeiro e novembro, os saques da caderneta de poupança somaram mais de 100 bilhões de reais – o segundo maior montante da série história. O movimento dos brasileiros de retirada dos recursos poupados, este ano, é paralelo a índices altos de endividamento das famílias e juros em patamares recordes.
Os dados foram divulgados pelo Banco Central (BC) na sexta-feira (8). O saldo líquido de retirada das poupanças foi de R$ 3,3 bilhões em novembro, o maior número para o mês da série histórica iniciada em 1995. No mês passado, foram depositados na poupança R$ 326,571 bilhões, e retirados pelos brasileiros R$ 329,876 bilhões.
No acumulado entre janeiro e novembro deste ano, as retiradas (diferença entre saques e depósitos) somaram R$ 101,5 bilhões, ficando atrás apenas de 2022, quando os saques totalizaram R$ 103,2 bilhões. Este ano, só no mês de junho o saldo ficou positivo.
O estoque total da Poupança atingiu R$ 963,4 bilhões em novembro, motivado pela rentabilidade da caderneta, já que o saldo tem caído. Em outubro, o volume aplicado estava em R$ 961,8 bilhões.
O movimento de saque de recursos da Poupança é atribuído ao cenário econômico de endividamento da população e juros altos que reduzem a rentabilidade da poupança, uma das fontes de recursos para o financiamento da moradia.
A aceleração dos saques neste ano acontecem em um cenário de juros ainda elevados, que reduzem a competitividade da caderneta de poupança. A redução da taxa Selic pelo Banco Central, no atual patamar de 12,25%, continua favorecendo outros investimentos no mercado de renda fixa.
Para os poupadores da tradicional caderneta, com o arrocho monetário e os salários ainda baixos, sobra menos para poupar, levando aqueles que possuem recursos aplicados a resgatá-los para quitar dívidas ou suplementar o orçamento. E a conquista da casa própria fica ainda mais distante.