O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), afirmou que o vídeo da reunião ministerial, divulgado na sexta-feira (22), confirma o que o ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro, denunciou ao sair do governo.
Flávio Dino afirmou que o vídeo da reunião é grave porque:
“1. Confirma a delação de Sérgio Moro; 2. Contém diversos crimes contra a honra; 3. Revela planos de “armar a população” para fins POLÍTICOS; 4. Mostra inequívocos impulsos despóticos”.
“A tal reunião ministerial revela um repertório inacreditável de crimes, quebras de decoro e infrações administrativas”.
Além disso, mostra “uma imensa desmoralização e perda de legitimidade desse tipo de gente no comando na nossa Nação”.
Na sexta-feira (22), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Celso de Mello, tornou pública a gravação da reunião de Jair Bolsonaro com seus ministros em 22 de abril. Ela faz parte da investigação acerca da acusação feita por Sérgio Moro de que Jair Bolsonaro queria interferir politicamente na PF para proteger sua família.
O vídeo confirma a acusação de Sérgio Moro. Bolsonaro diz que “já tentei trocar gente da segurança nossa no Rio de Janeiro, oficialmente, e não consegui! E isso acabou”.
“Eu não vou esperar foder a minha família toda, de sacanagem, ou amigos meu, porque eu não posso trocar alguém da segurança na ponta da linha que pertence a estrutura nossa. Vai trocar! Se não puder trocar, troca o chefe dele! Não pode trocar o chefe dele? Troca o ministro! E ponto final! Não estamos aqui pra brincadeira”.
Ele também reclamou que não recebe informações da Polícia Federal. “E me desculpe, o serviço de informações nosso, todos, é uma … são uma vergonha, uma vergonha! Que eu não sou informado! E não dá pra trabalhar assim. Fica difícil”.
A gravação mostrou Jair Bolsonaro chamando o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), de “bosta” e o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), de “estrume”. Ele também acusou o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto (PSDB), de estar se aproveitando da pandemia de coronavírus “para levar o terror no Brasil”.