Riad prende no Ritz 11 príncipes e 30 ex-ministros por “corrupção”

Hotel Ritz-Carlton em Riad está servindo de prisão para 11 príncipes corruptos. "É, está difícil prá todo mundo!", comentam entre si (Divulgação)

Sob acusação de “corrupção”, 11 principes sauditas, entre eles filhos do falecido rei Abdullah e o bilionário Al Waleed bin Talal, mais trinta ex-ministros e outros altos funcionários, tiveram sua prisão decretada no sábado (4) em Riad, o que foi visto como um movimento ousado do príncipe herdeiro, Mohammed bin Salman, para solidificar seu controle.

Os príncipes já estão detidos no Hotel Ritz Carlton cinco estrelas, o mesmo onde se hospedou Trump em sua visita de maio à Arábia Saudita, ou em prisão domiciliar. Na descrição do Guardian, a ação “enviou ondas de choque através das fileiras da elite do reino, que há muito considerava imune a realeza superior”.

Já para o site moonofalabama, parece mais uma nova “longa noite dos punhais”. Purga anterior, em julho, havia destronado o ex-príncipe herdeiro Nayaf e o substituído pelo jovem bin Salman. Após a remoção do ramo Nayaf da família Al Saud de todos os centros de poder, chegou a vez do ramo Abdullah. O príncipe Mitieb bin Abdullah foi destituído do comando da Guarda Nacional, e substituído pelo príncipe Khalid bin Abdulaziz al Muqrin. Também mudou de mãos o controle das três emissoras de televisão.

Decreto assinado pelo rei Salman, criando uma “comissão anti-corrupção”, assinala que “a pátria não existirá a menos que a corrupção seja desarraigada e os corruptos sejam responsabilizados”. O príncipe bin Salman, que já é o ministro da Defesa, também supervisionará a comissão anti-corrupção. A atual política de confronto com o Irã, cerco ao Qatar e guerra ao Iêmen será mantida.

No fim de outubro, o genro de Trump, Jared Kushner, fez uma visita de surpresa a Riad. Há pouco dias, o Pentágono levou um ministro saudita a Raqqa, onde Washington busca montar um aparato fantoche sob seu controle, para chantagear a Síria e adiar a paz.

Também Trump enviou uma mensagem a Riad, fazendo lobby para que a oferta inicial de ações da estatal Aramco seja feita através de Wall Street. Por outro lado, o rei Salman foi a Moscou, sendo que Rússia e Arábia Saudita têm sido os garantidores do acordo de cortes da produção para tirar do fundo do poço o preço do barril de petróleo. Em entrevista ao Guardian, bin Salman afirmou que a Arábia Saudita precisa voltar ao “Islã moderado” – após décadas de extremismo wahabita.

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