O governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), disse não ter conhecimento do esquema de propinas denunciado pela 48ª etapa da Operação Lava Jato. Segundo Richa, Carlos Nasser, investigado na operação é apenas um “assessor distante”.
Na quarta-feira (21), a Polícia Federal deflagrou a Operação Integração, 48ª etapa da Lava-Jato que investiga o pagamento de propina da concessionária Econorte, do grupo Triunfo, a agentes públicos do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), do DER, do Paraná, e da Casa Civil do governo Beto Richa (PSDB), que inclusive, foi alvo de mandatos de busca e apreensão. A concessionária teria usado os operadores financeiros Adir Assad e Rodrigo Tacla Duran para fazer os repasses.
A operação também acusou agentes do governo do estado de superfaturar a tarifa, em até 400%, nas 27 praças de pedágio existentes no Paraná.
O relator da CPI dos Pedágios na Assembleia Legislativa do Paraná, em 2014, deputado Péricles de Mello (PT), afirmou nesta sexta-feira (23) que o governador Beto Richa (PSDB) é o responsável direto pelo aumento das tarifas de pedágio nas rodovias paranaenses.
Segundo ele, o tucano ignorava os índices indicados por técnicos do DER para agradar as concessionárias. “O governador Beto Richa sempre foi uma “mãe” para as concessionárias de pedágio e um carrasco para os usuários das estradas paranaenses”, declarou o deputado.
DISTÂNCIA
Beto Richa disse que Carlos Nasser, o Naninho, seria apenas um “assessor distante” e determinou o seu afastamento e a abertura de um processo para apurar as irregularidades. No entanto, o governador não explicou como este “assessor distante” o acompanha desde o sua gestão na Prefeitura de Curitiba (2005-2009).
Ao que tudo indica, Richa está cercado por pessoas “distantes”, já que, usou a mesma figura para classificar Luiz Abi Antoun, acusado na Operação Publicano, que investiga roubos nas verbas das escolas paranaenses.
Segundo o governador, Luiz Abi Antoun é apenas seu “primo distante”.