
Eduardo Paes tomou posse, nesta sexta-feira (1º), como prefeito do Rio de Janeiro, em cerimônia na Câmara de Vereadores, diante de uma situação administrativa caótica em que se encontra a cidade. É o terceiro mandato de Paes como prefeito da capital carioca.
O Rio de Janeiro vive, há tempos, uma sucessão de escândalos de corrupção envolvendo políticos que, entre outros fatores, têm minado a economia do Estado, da capital e da administração pública, especialmente, agora, com o rescrudescimento da pandemia do Covid-19, e o agravamento da crise política com a detenção do antecessor, Marcelo Crivella.
Crivella, atualmente em prisão domiciliar, é acusado de chefiar uma quadrilha que desviou recursos de diversas áreas, em especial da saúde, durante a pandemia do coronavírus.
Como afirmou Eduardo Paes durante a posse: “Nunca na história da cidade um prefeito recebeu de seu antecessor uma herança tão perversa: servidores esperando pagamentos que não vêm, 15 folhas de salários para este ano, um desafio fiscal colossal que alcança R$ 10 bilhões. Esse é o cenário desastroso das finanças da Prefeitura”, afirmou.
Mas, confiante, disse: “Tenho a certeza e convicção que conseguiremos reviver essa cidade”.
Durante seu primeiro discurso como prefeito, Paes ressaltou que dará prioridade à recuperação econômica do município, ao combate à corrupção e à implementação de medidas para enfrentar a pandemia.
“A cidade exige de nós pressa, e é dessa maneira que vamos dar a resposta — e a parceria com o parlamento é fundamental para isso”, disse.
O prefeito também informou que já havia publicado 74 decretos no Diário Oficial, mesmo antes de assumir, nos quais determinou investigações sobre o prefeito anterior e várias medidas econômicas, anunciando, ainda, a abertura de 343 leitos para pacientes com Covid-19, entre outras ações contra a pandemia.
“Estamos criando um comitê de especialistas de enfrentamento à Covid, majoritariamente formado por pessoas de fora da Prefeitura. Criamos o centro de operações de emergências COE- Covid-19, funcionando no Centro de Operações Rio, e criamos o sistema de estágios de risco por região administrativa”, afirmou.
Conhecido pela sua ligação e admiração pelo samba, ao terminar o discurso, Paes citou a música “Conselho”, de Adilson Bispo e Zé Roberto, gravada por Almir Guineto: “Deixe de lado esse baixo astral / Erga a cabeça enfrente o mal / Que agindo assim será vital / Para o seu coração.”
Antes da posse, durante a virada de ano, Eduardo Paes postou um vídeo de agradecimento: “Agradecer a cada um dos cariocas, cada um de vocês que confiou a mim esta honrosa missão de cuidar dessa cidade pela terceira vez pelos próximos quatro anos. Vocês podem ter certeza que eu vou trabalhar muito para fazer o Rio voltar a dar certo”, afirmou na mensagem.
Paes foi prefeito à época em que a cidade recepcionou as Olimpíadas e as Paralimpíadas, ocasião em que a Zona Portuária foi revitalizada. Sob sua administração, foi, ainda, implantado o sistema de ônibus exclusivos do BRT e criado o Parque Madureira, importante área do subúrbio carioca.