Sob forte chuva no Rio de Janeiro, manifestantes começaram a chegar à Candelária, no início da tarde de hoje, para o protesto contra o bloqueio dos recursos da educação anunciado pelo governo.
No fim da tarde o ato já reunia milhares de pessoas que continuavam a chegar de todos os pontos da cidade. Por volta das 18h, a multidão seguiu em passeata até a Central do Brasil.
Estudantes universitários e do ensino médio, alunos de institutos e colégios federais uniformizados, professores, funcionários da Educação, pais, representantes de centrais sindicais e entidades estudantis exibiam cartazes e faixas com dizeres como “Educação não é gasto, é investimento” e gritavam palavras de ordem afirmando que “a nossa luta unificou: é estudante, funcionário e professor”.
Diversas vias ficaram interditadas no Centro da cidade, como a Avenida Presidente Vargas e Primeiro de Março.
Mais cedo também havia concentração na Praça XV, onde ocorreram aulas públicas antes dos manifestantes seguirem para a Candelária.
Alunos, pais, professores e funcionários de escolas particulares também participaram do ato. “Embora sejamos de escola particular, trabalhamos com educação e isso impacta nosso futuro”, disse Fernanda França, com o filho no colo.
Além dos cortes nas verbas, outros ataques do governo à educação também foram citados pelos participantes, como a professora Yasmin Toledo, que referiu-se aos planos do ministro da Educação de eliminar cursos de filosofia e sociologia.
“Antes, a ideia das autoridades era que as pessoas só soubessem ler e escrever, e depois fossem trabalhar. Parece que esse pensamento está voltando, talvez por isso o governo não queira mais Filosofia e Sociologia nas escolas”, criticou.
Para a professora Vanessa Reis, “quanto mais gente na rua, maior o impacto. Além de professora, também sou estudante de mestrado da UFRJ. Esses cortes vão nos atingir profundamente”, disse.
Ao longo do dia, universidades, escolas públicas e particulares, institutos educacionais e até escolas de educação infantil aderiram à greve e tiveram suas atividades suspensas. Protestos também aconteceram em vários pontos da cidade, como em frente ao Palácio Guanabara, no Hospital Universitário Clementino Fraga (UFRJ), no Fundão, e na Fiocruz, em Manguinhos, entre outros.