A pesquisa “Perfil do Inadimplente”, realizada pelo Centro de Estudos de Diretores Lojistas do Rio de Janeiro (CDL-Rio), com 500 pessoas que procuraram o Serviço Central de Proteção ao Crédito (SPC), para quitar dívidas e regularizar seu cadastro, nos meses de outubro e novembro, concluiu que 55% incorreram em inadimplência devido ao desemprego.
Os outros fatores identificados como causa de inadimplência foram: A diminuição da renda familiar (20%), atraso no pagamento (10%), descontrole de gastos (8%) e o empréstimo do nome para terceiros (7%).
Segundo o presidente do CDL-Rio, Aldo Gonçalves, deve ser ressaltado que o nível de inadimplência vem se mantendo estável no acumulado dos dez meses do ano, em torno de 1%.
Para o dirigente lojista, “se houver redução mais forte na taxa de juros, os credores poderão oferecer ainda mais facilidades para renegociar débitos e, com isso, reduzir ainda mais a inadimplência”, e que a pesquisa indicou, também, que 65% dos que quitaram suas dívidas declararão pretender fazer novas compras.
Dos 500 consumidores ouvidos, 61% responderam que a situação financeira piorou, 18% disseram que ela melhorou em relação ano passado, e outros 21% responderam que está igual.
As linhas de crédito utilizadas pelos pesquisados fazendo a quitação de dívidas foram pela ordem os cartões de crédito (28%), empréstimo pessoal (21%); compras de eletrodomésticos (12%) roupas e calçados (12%) cheque (6,6%) e contas de concessionárias – gás, energia, água, TV a cabo, celular e telefone fixo (20,4%), etc.
Esses números indicam, pelo menos, duas coisas importantes: 1) O alto percentual de utilização do cartão de crédito. A mais cara de todas as linhas de crédito já aviltantes. A facilidade com que financeiras e bancos disponibilizam esse tipo de crédito tem esse propósito. 2) Comprometimento das contas de consumo, evidenciando o grau de dificuldade das famílias.
Por classe de renda e escolaridade fica evidente em que a economia se arrasta e atinge com mais intensidade. Dezoito por cento das pessoas com renda familiar de um salário mínimo, 48% de dois a três salários mínimos; 24% entre quatro a cinco salários mínimos e 10% acima de seis salários mínimos; 50% tem o segundo grau completo, 24% incompleto; 16% tem curso superior incompleto e 10% superior completo.
Dos entrevistados 47% estavam quitando os débitos usando recursos próprios, 41% com a parcela do 13° salário e com recursos das férias, 8% com o FGTS, 4% com poupança e outros recursos.