A política adotada pelo Google no sentido de “decidir o que as pessoas vêem” na internet é “muito perigosa”, afirmou o psicólogo Robert Epstein em entrevista ao Sputnik News. Uma vez que trata-se de uma empresa de tecnologia, sob o ponto de vista jurídico, “não é legitimo que o Google possa exercer controle editorial” utilizando algoritmos para tornar o conteúdo da RT News e Sputnik, bem como de outros veículos, menos visíveis.
Para revista Science, durante entrevista em outubro, Epstein já tinha dito que “o Google pretende ser uma biblioteca pública, mas não é. As bibliotecas públicas não seguem as pessoas, não vendem os dados dos livros que você pegou emprestado. O Google deveria simplesmente ajudar você a encontrar coisas. Isso é o que precisamos. Precisamos fazer o mecanismo de busca do Google tornar-se público e funcional”.
“Empresas como o Google e o Facebook jogam em ambos os lados: fingem ser objetivos, mas exercem um enorme controle editorial”, uma “censura” sobre o que o público em massa acessa na internet, disse Epstein à Sputnik News . “Estamos falando de um meio de controle em escala massiva e sem precedentes na história humana”, completou.
O controle editorial exercido pelo Google ganhou maior repercussão após Eric Schmidt, presidente executivo da empresa, comentar sobre a perseguição da empresa de busca contra sites como RT e Sputnik durante uma sessão no Fórum Internacional de Segurança da cidade de Halifax, no Canadá. “Estamos trabalhando na detecção e desqualificação no ranking desses tipos de sites, basicamente a RT News e o Sputnik. Estamos tentando um sistema de engenharia para evitar que esses conteúdos sejam entregues a amplas audiências”.
Como exemplo do direcionamento exercido por empresas como o Google, o psicólogo Epstein cita um estudo que aponta que os resultados das pesquisas obtidos pelos buscadores da empresa podem ter beneficiado em 2,6 milhões de votos à candidata democrata, Hillary Clinton, durante as eleições norte-americanas de 2016.