O ex-deputado Roberto Jefferson, presidente do PTB e ex-presidiário, condenado no mensalão do PT, declarou por meio de rede social que o partido “declina” da indicação da sua filha, Cristiane Brasil, para ocupar o Ministério do Trabalho.
A declaração ocorreu na terça-feira (20), logo após a desistência do governo de colocar em votação na Câmara dos Deputados a famigerada reforma da Previdência. A deputada Cristiane Brasil foi nomeada por Michel Temer no início de janeiro, mas teve sua posse suspensa pela presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, por ser condenada em ações trabalhistas de ex-funcionários.
Apesar das dificuldades para emplacar a “ministra” – a posse chegou a ser marcada duas vezes e teve que ser cancelada –, Temer vinha insistindo na indicação da deputada porque queria os votos do PTB para aprovar a “reforma”.
Porém, ante a constatação de que mesmo com o apoio do partido o governo não alcançaria os votos necessários, ficou evidente que a nomeação da deputada perdera o sentido. Mas, para não pagar o mico, o ladino presidente do PTB correu a dizer que a desistência se deve à “indecisão” da ministra Cármen Lúcia, de julgar o mérito do caso.
“A decisão do partido visa proteger a integridade de Cristiane e não deixar parada a administração do ministério”, alegou Roberto Jefferson.
“Integridade” que viralizou nas redes sociais, após a deputada divulgar um vídeo onde aparecia numa lancha, com roupa de banho, rodeada por quatro marmanjos defensores do trabalho escravo.
Jefferson foi aliado do PT, tendo sido preso depois de confessar que recebeu R$ 4 milhões para apoiar o governo Lula.