
Na última terça-feira, 12, motoristas e cobradores do Rio de Janeiro realizaram uma assembleia geral da categoria na sede do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus do Rio de Janeiro e (Sintraturb-RJ) e decidiram suspender a greve iniciada na segunda-feira,11.
O Sintraturb já havia decidido voltar ao trabalho na noite de segunda, a partir da manhã seguinte, em virtude da reunião entre representantes dos rodoviários e das empresas de ônibus, realizada quando a greve foi deflagrada. Eles conquistaram 7% de reajuste salarial, além de aumento do valor das cestas básicas de R$ 200 para R$ 300.
O estado de greve, no entanto, permanece na categoria devido ao impasse frente à dupla-função desempenhada pelos motoristas dos coletivos. Além de dirigir, eles também cobram a passagem dos usuários. Segundo o presidente do Sintraturb, Sebastião José, o acordo firmado com os empresários na segunda-feira não resolveu essa questão, e o Sindicato irá entrar na justiça para garantir o fim da dupla-função.
Sebastião também disse que a categoria deu um prazo de 24 horas para que o prefeito Marcelo Crivella se manifeste sobre a questão, cobrando que regulamente a lei que prevê a contratação de cobradores nos ônibus com roletas. Em nota, a prefeitura alegou que a regulamentação pedida não pode ser feita porque existe restrição de liminar concedida pela 20ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça, em 9 de maio passado, determinando que “o Poder Executivo municipal deve se abster de punir as empresas que obrigarem o motorista a também fazer a função de trocador”.
Até a semana passada empresas de ônibus haviam acenado com reajuste de apenas 4%, sendo 2% este mês e mais 2% em novembro. Com a greve, que paralisou cerca de 11 mil rodoviários – de 23 mil que atuam no município -, tendo cinco empresas ficado com as atividades totalmente interrompidas, a proposta melhorou sensivelmente. O reajuste de 7% será divido em duas parcelas: 3,5% em junho e 3,5% em novembro.