
O músico britânico Roger Waters, fundador da banda Pink Floyd, que está em turnê pelo Brasil defendeu o fim do genocídio cometido por Israel contra o povo palestino na Faixa de Gaza. Os bombardeios israelenses já mataram mais de 5 mil pessoas, a maioria crianças e mulheres.
“Em Gaza, parem o genocídio. Meu coração não está aqui em Brasília, está lá. Não há como aceitar o que está acontecendo, o que o governo israelense está fazendo e com a permissão dos Estados Unidos, do Reino Unido, da França e da maior parte da Europa – mas não do povo”, disse o britânico em entrevista à TV Brasil gravada na segunda-feira (23).
Waters defendeu que os artistas devem usar suas vozes para falar contra as guerras e disse estar muito triste com o atual conflito entre Israel e o grupo islâmico palestino Hamas, que controla a região da Faixa de Gaza, no Oriente Médio.
“Na minha opinião, você tem que seguir suas convicções políticas, especialmente se elas se baseiam em humanismo. É muito importante defender e dizer: pare o genocídio em Gaza. Eu estou quase chorando, sentado agora nesse estúdio de TV. Meu coração não está aqui em Brasília, está lá [em Gaza]”, afirmou.
ASSANGE
Durante a entrevista, o jornalista Leandro Demori também perguntou a ele sobre o caso do jornalista Julian Assange, preso em 2019 após o caso Wikileaks. Na ocasião, Assange publicou uma série de documentos sigilosos do governo dos Estados Unidos. Waters contou que visitou Assange na semana passada e disse que a manutenção da prisão do ativista era “repugnante”.
TURNÊ
Roger Waters iniciou sua turnê brasileira nesta terça-feira (24) em Brasília mandando uma mensagem aos haters que marcavam presença no Estádio Mané Garrincha. O telão informou aos fãs do Pink Floyd que dizem amar a banda, mas não suportam o ativismo de seu ex-baixista, que poderiam se retirar para o bar.
A íntegra da mensagem veiculada no estádio diz: “Senhoras e senhores, por favor, ocupem seus lugares. O espetáculo está prestes a começar. Antes de começar, duas mensagens públicas. Primeiramente, em consideração aos demais espectadores, desliguem seus celulares. E em 2º lugar, se você é daqueles que diz ‘eu amo o Pink Floyd, mas não suporto a política do Roger’, você pode muito bem se retirar para o bar agora. Obrigado”.
Na segunda-feira (23), Waters foi recebido no Palácio do Planalto pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em outubro de 2018, quando fazia uma turnê pelo Brasil, o músico pediu à Justiça para visitar Lula, que estava preso na superintendência da Polícia Federal de Curitiba, mas não obteve a autorização. “Há cinco anos, Roger Waters tentou me visitar em Curitiba e foi impedido. Hoje, quando ele retorna ao Brasil, nos encontramos no gabinete da presidência no Palácio do Planalto. #WishYouWereHere”, escreveu Lula.
Em sua última passagem pelo Brasil, em 2018, Roger Waters associou o então candidato a presidente Jair Bolsonaro (PL) ao avanço do “neofascismo” no mundo.